A Infra-estruturas de Portugal já pode avançar com o concurso para a construção dos 100 quilómetros de linha, orçada em 422 milhões de euros, dos quais 158 milhões financiados pela UE, referiu a TSF
Autoridade da Mobilidade e dos Transportes

De acordo com o ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques, o financiamento europeu para os 100 quilómetros da linha ferroviária no corredor sul que constituem um troço entre Évora e Elvas, está assegurado, anunciava na Sexta-feira a TSF.

Em causa está um investimento de 422 milhões de euros, dos quais 158 milhões pagos pela União Europeia (UE), na sequência de uma candidatura directa no âmbito do programa Connecting Europe Facility (CEF), lançado por Bruxelas para unir os corredores europeus de transportes e no qual se inclui a ligação do porto de Sines à Europa, refere a TSF.

Com o financiamento garantido, é o momento de a Infra-Estruturas de Portugal promover os concursos para as obras de construção da linha e que constituirão, porventura, o maior investimento ferroviário no país para os próximos quatro anos, recorda a mesma estação. Ao Jornal de Negócios, o ministro referiu que estes concursos constituirão o “maior investimento ferroviário em várias décadas em Portugal”.

Os concursos, a lançar dentro de pouco tempo, incidem sobre a construção da ligação Alandroal/Linha do Leste (220 milhões de euros, dos quais 132 milhões do Estado português), do sub-troço Freixo/Alandroal (105 milhões de euros, dos quais 63 milhões do Estado), da ligação Évora Norte/Freixo (70 milhões de euros, dos quais 42 milhões do Estado), e sobre “um contrato de prestação de serviços de fiscalização da construção da nova ligação de Évora à Linha do Leste”, refere a Cargo.

A TSF cita o ministro Pedro Marques, segundo o qual “nós vamos ter este investimento realizado na actual bitola ibérica mas com condições de migração para a bitola europeia”. Uma obra que estará preparada para suportar comboios com composições de 750 metros e incluirá a electrificação da linha, sem excluir a sua utilização para transporte de passageiros, refere a TSF.

O ministro dos Transportes e Infra-estruturas acrescentou ainda à TSF que “é o aumento do tamanho dos comboios que nos vai permitir, ao transportar mais carga, garantir que o preço do transporte de cada tonelada de carga pode descer e assim o transporte ferroviário que é eficiente em termos ambientais também o seja em termos de custos”.

 

 



3 comentários em “Financiamento europeu do troço ferroviário Évora/Elvas assegurado”

  1. Manuel Ferreira Fernandes diz:

    Cento e sessenta anos para interiorizar e avançar com a “peça” que faltava para concluir a obra sonhada e planeada por D. Pedro V e Fontes Pereira de Melo. E para entender o poeta que há mais de 500 anos avisava que é “aqui onde a Terra se acaba e o Mar começa”. Se tivéssemos tido mais visionários e patriotas como os mencionados, Portugal poderia já ser hoje a Porta Atlântica da Europa Continental. Agora, depois de tantos estádios de futebol, depois do Centro Cultural de Belém, das Autoestradas sobrepostas, de três pontes sobre o Tejo de Sacavém a Santarém, talvez tenhamos este sonho concretizado. Mas fica ainda por realizar a conversão da ferrovia para bitola europeia que permita aos nossos comboios passar os Pireneus e atingir as Plataformas Logísticas Transeuropeias. E só nessa era poderemos pelo Mar dar continuidade à Ferrovia. E pela Ferrovia dar continuidade ao Mar.

    1. M.do Carmo V.Fonseca diz:

      Muito bem. E como se passa para a bitola europeia?

      1. Manuel Ferreira Fernandes diz:

        Cara Srª M. do Carmo V. Fonseca: Implantando um novo carril, à distância especificada pela norma. Mantendo os anteriores e implantando um novo, para a bitola europeia, ficaríamos com a designada dupla bitola, permitindo manter a circulação dos actuais comboios e os de norma europeia.
        Soluções de engenharia não faltam para a reconversão. O que importa é saber se os governantes vão continuar a manter o país balcanizado ou… se lêem e interiorizam Camões, dando prioridade aos investimentos estruturantes e reprodutivos.

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