Já chegou aos Estados Unidos a equipa multi-disciplinar coordenada por João Tasso de Sousa, responsável do Laboratório de Sistemas e Tecnologia Subaquática da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (LSTS – FEUP), que durante três semanas testou novas metodologias de observação do oceano com veículos autónomos subaquáticos, de superfície e aéreos, numa frente sub-tropical situada a mil milhas náuticas ao largo da costa do sul da Califórnia.
A bordo do navio científico R/V Falkor, do Schmidt Ocean Institute, os 27 elementos de seis países estudaram a frente sub-tropical do Pacífico Norte, uma zona de fronteira na qual as águas frias do norte encontram as águas mornas e salgadas do sul, investigaram durante quase três semanas no âmbito do projecto NETOS-SOI «Exploring Front with Multiple Robots» recorrendo a uma nova abordagem das dinâmicas oceânicas combonando diversos tipos de veículos e de já demos conta neste jornal.
Segundo dados do Schmidt Ocean Institute, durante o período de pesquisa, os robots subaquáticos viajaram mais de mil milhas náuticas durante cerca de 500 horas, os veículos não tripulados de superfície operaram continuamente e os veículos aéreos autónomos fizeram mais de 25 voos num total de 10 horas.
“Em vez de de uma amostragem feita a partir de um navio num único local, os investiadores podem agora monitorizar uma área muito maior no espaço e no tempo de uma forma escalável e mais eficiente, recorrendo a uma frota em rede de veículos robóticos apoiados num comando central baseado num navio”, refere o Schmidt Ocean Institute em comunicado.
Para preparar o «terreno» aos outros veículos, João Tasso de Sousa e a sua equipa lançaram um WaveGlider e dois Saildrones na área a pesquisar antes da chegada do navio centífico. Os dados assim recolhidos foram transmitidos ao R/V Falkor via satélite, permitindo optimizar os planos de lançamento de todos os veículos autónomos que fariam a pesquisa.
O software inrelgante de controlo múltiplo de veículos, Ocean Space Center, desenvolvido no LSTS da FEUP, e instalado no navio, foi aperfeiçoado a bordo do cruzeiro científico para optimizar automaticamente as operações de todos os robots e simplificar o controlo da frota robótica pelos operadores abordo do R/V Falkor. “Pela primeira vez, uma secção de uma grande frente oceânica aberta foi mapeada com uma resolução em sub-mesoescala usando uma frota controlada de dúzias de robots autónomos”, refere o Schmidt Ocean Institute.
Imagens de alta resolução da missão aqui
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