Faleceu recentemente, aos 94 anos, o Comandante Estácio dos Reis, que foi, segundo refere a Marinha, “um dos principais investigadores da História da Marinharia e dos Instrumentos Náuticos” e “uma das maiores autoridades internacionais em termos de instrumentação de marinharia”.
Nascido em Lisboa, Estácio dos Reis entrou na Marinha em 1943 e aí fez uma carreira com mais de três décadas, durante as quais embarcou e desempenhou comissões no Ultramar e no estrangeiro, até passar à reserva, em 1979.
Depois disso, dedicou-se à ciência náutica e em 1980 foi colocado no Museu de Marinha, onde organizou várias exposições. Em 1982 fez parte da Comissão Cultural da XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura e depois disso da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses. Em 1990, participou na Exposição Portugal-Brasil – A Era dos Descobrimentos Atlânticos, em Nova Iorque, que nesse ano foi repetida na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Um ano depois, reformou-se, mas prosseguiu a sua pesquisa
Pertenceu igualmente à comissão científica que reeditou das Obras Completas de Pedro Nunes, coordenada por Henrique Leitão, e que seriam publicadas entre 2002 e 2011, e foi autor de diversas obras, entre livros e artigos.
No portal oficial da Marinha refere-se que “revelou, ao longo da sua vida, particular fascínio pelos astrolábios” e que a ele se deve “a riqueza única da maior colecção de astrolábios, patente no Museu de Marinha”. Numa nota de pesar pelo seu falecimento, o Chefe de Estado-Maior da Armada, Mendes Calado, referiu sobre ele que “poucos trouxeram tanto saber e dignidade científica às obras e artigos publicados”.
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