A ExxonMobil anunciou a descoberta de gás natural no poço Glaucis-1, no designado Bloco 10, na Zona Económica Exclusiva (ZEE) de Chipre. Segundo a empresa, dados preliminares indiciam que a descoberta possa incidir sobre uma reserva de 142 a 227 biliões de metros cúbicos de gás, mas serão realizadas análises suplementares para determinar com mais detalhe o nível do potencial em causa.
De acordo com a Maritime Executive, o ministro da Energia de Chipre, George Lakkotropis, terá admitido que “esta é a maior descoberta” na ZEE do país, acrescentando que “é um espantoso desenvolvimento para o Chipre”.
A publicação sublinha, no entanto, que a infra-estrutura necessária para conduzir o gás ao mercado ainda tem que ser desenvolvida. O Chipre precisará de um gasoduto subaquático ou de um terminal de liquefacção de gás natural para transferir o gás para os mercados europeus, onde constituirá uma alternativa ao gás europeu importado da Rússia e de outras fontes exteriores à Europa.
Outro desafio colocado por este descoberta não surpreende os observadores. Tal como noutras explorações em curso no Bloco 10, cujas receitas são reclamadas pelo Chipre, esta descoberta também será disputada pela Turquia, que já chegou a intervir militarmente num passado recente para impedir prospecções na zona. As concessões cipriotas têm sido contestadas pela Turquia, que defende que as receitas destas prospecções devem ser partilhadas com a República Turca do Chipre do Norte, próxima do regime de Ancara e não reconhecida pela comunidade internacional, com excepção da própria Turquia.
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