Numa cimeira do fórum Cooperação Económica Ásia-Pacífico, o vice-Presidente dos Estados Unidos anunciou que Washington vai apoiar uma base naval na Ilha de Manus
Ilha de Manus

O vice-Presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, anunciou recentemente que o seu país vai juntar-se à Austrália no desenvolvimento de uma base naval na Ilha de Manus, na Papua-Nova Guiné, refere o Maritime Executive. O anúncio foi feito durante a cimeira do fórum para a Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla inglesa), que decorreu em Port Moresby, capital da Papua-Nova Guiné, e terá sido apenas uma das várias iniciativas consideradas anti-China para região adiantadas por Mike Pence.

De acordo com a publicação, o mesmo responsável terá anunciado que os Estados Unidos vão contribuir para expansão da base naval de Lombrum, na Ilha de Manus, e prometeu que o seu país continuará a participar em operações de liberdade de navegação no Mar do Sul da China. Mike Pence aproveitou ainda a ocasião para fazer recomendações aos países da região sobre endividamento externo, numa alusão às contrapartidas obtidas pela China pelos empréstimos ou financiamentos concedidos a diversos países asiáticos.

Na ocasião, Mike Pence, manifestou o seu respeito pelos países da região, mas aconselhou-os a não aceitarem uma dívida externa que comprometesse a sua independência. E afirmou que os Estados Unidos não exercem coacção nem comprometem a independência desses países, sugerindo que considerassem o financiamento norte-americano.

No mesmo encontro, o Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou que os países enfrentam uma escolha entre cooperação e confrontação. “A humanidade chegou mais uma vez a uma encruzilhada; que direcção devemos seguir? Cooperaçao ou confrontação? Abertura ou portas fechadas? Progresso win-xin ou um jogo de soma nula?”, terá referido o Presidente chinês.

Xi Jinping terá acrescentado que a iniciativa chinesa Uma Cintura, Uma Estrada (mais conhecida por One Belt, One Road) não constituía uma armadilha, “não estava concebida para qualquer agenda política escondida, não era ditigida contra ninguém e não excluía ninguém”.

Entretanto, os porta-aviões dos Estados Unidos USS Ronald Reagan e USS John C. Stennis, com respectivas escoltas, reuniram-se para um exercício no Mar das Filipinas, numa rara demonstração de poderio naval no Pacífico Ocidental e num momento de alguma tensão entre Washington e Pequim sobre águas reclamadas pela China próximo do Mar do Sul da China.

De acordo com a mesma publicação, numa declaração proferida pelo Comandante da 7ª Esquadra, o Vice-Almirante Phil Sawyer, terá deixado claro que a presena desta força na região significam o compromisso dos Estados Unidos com a liberdade de navegação na zona. Já o Exército chinês tem frequentemente contestado o direito de navios militares norte-americanos atravessarem livremente águas reclamadas pela China.



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