Em 2017, os armadores norte-americanos têm sido os principais compradores de navios inactivos vendidos por Bancos e/ou em leilões, refere a VesselsValue, uma plataforma com dados económicos sobre os navios mercantes. De acordo com a mesma fonte, se considerarmos que em 2016 estes armadores não adquiriram qualquer navio nestas circunstâncias, podemos dizer que estamos perante uma alteração significativa de comportamento no mercado.
Segundo a VesselsValue, este ano, os armadores dos Estados Unidos já gastaram cerca de 535,3 milhões de euros (624,1milhões de dólares) nestas aquisições, num total de 52 navios, aproximadamente o dobro da Grécia (330,5 milhões de euros, ou 385,5 milhões de dólares, em 20 navios), que vem em segundo lugar, antes da Coreia do Sul, que gastou 195,5 milhões de euros (228 milhões de dólares) em 13 aquisições semelhantes.
Seguem-se a China (107,7 milhões de euros, em 18 navios), a Noruega (94,9 milhões de euros, em 11 navios), Singapura (80,8 milhões de euros, em 13 navios), Reino Unido (73,4 milhões de euros, em 9 navios), Japão (54 milhões de euros, em 3 navios), Ilhas Marshall (51,4 milhões de euros, em 5 navios) e Chipre (37,3 milhões de euros, em 4 navios).
Dados da VesselsValue revelam que o principal dos compradores norte-americanos tem sido a JP Morgan Global Maritime (214,5 milhões de euros, em 12 navios), seguida da Eagle Bulk Shipping (131,2 milhões de euros, em 9 navios), Navios Maritime Partners LP (96,9 milhões de euros, em 4 de navios), Rowan Companies Inc (51,4 milhões de euros, em 2 navios), Enterprise Offshore Drilling (18,8 milhões de euros, em 13 navios) e a Vantage Drilling International (11,1 milhões de euros, num navio).
De acordo com a VesselsValue, as aquisições têm incidido principalmente em graneleiros, porta-contentores e navios para operações offshore, que atingiram os valores mais baixos dos últimos 25 anos. Tal desvalorização pode vir a ser contrariada se se mantiver uma tendência para o desmantelamento de navios e uma redução das encomendas de novos navios, que contribuirão para um reequilíbrio entre a oferta e a procura de navios.
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