No princípio de Setembro, 50% das encomendas dos grandes estaleiros internacionais estavam adjudicadas a 24 unidades, contra 32 há dez anos, e se totalizarmos 75% das encomendas, estavam atribuídas a 59 estaleiros, contra 59 há uma década, refere o World Maritime News com base em dados da Clarksons Research.
Na mesma notícia, o jornal refere que nos últimos dez anos, o número de estaleiros activos caiu de 860 para 357, reflexo do abandono do encerramento de muitos estaleiros por insuficiência de encomendas, de uma reestruturação significativa do sector e de forte dinamismo nas fusões e aquisições relacionadas com este negócio.
Ali se diz igualmente que os estaleiros privados lutam com maiores dificuldades, face à atribuição da maioria das encomendas a unidades públicas, e que os maiores estaleiros têm reforçado a consolidação de encomendas. Segundo o jornal, este ano, até ao momento, somente 108 estaleiros reportaram encomendas, deixando 70% dessas infra-estruturas sem qualquer novo contrato até há data.
O jornal dá alguns exemplos. Em termos de tonelagem bruta compensada (CGT, do inglês compensated gross tonnage), um indicador do volume de trabalho necessário para construir um determinado navio, os 10 principais estaleiros chineses captaram 43% das encomendas do mercado do país até ao início de Setembro, contra 34% há dez anos.
No Japão, por seu lado, também em termos de CGT, os 10 principais estaleiros captaram 60% das encomendas até à mesma data, contra 49% há uma década. E na Europa, os 10 principais estaleiros conquistaram 76% das encomendas, contra 30% há 10 anos. Estes dados reflectem encerramentos de estaleiros, por um lado, e também encomendas relacionadas com navios de cruzeiro, além de navios de mercadorias.
No caso da Coreia do Sul, cujos estaleiros enfrentam falta de encomendas, apesar disso, dados referidos pelo jornal indicam que as unidades de construção naval dos três grandes grupos do sector do país (Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering, Hyundai Heavy Industries, e Samsung Heavy Industries) registaram um aumento de encomendas de 70% para 92% do total do seu mercado ao longo dos últimos 10 anos.
