Quinze reuniões depois do primeiro acordo, o sindicato que representa a maioria dos estivadores do porto de Setúbal e as respectivas entidades patronais voltaram a falhar na obtenção de um contrato colectivo de trabalho para estes trabalhadores
Sindicato dos Estivadores e da Actividade Logística

As associações patronais dos estivadores do porto de Setúbal, por um lado, e o Sindicato dos Estivadores e da Actividade Logística (SEAL), em representação dos estivadores deste porto, por outro, reuniram ontem, mais uma vez, conforme agendado, para negociarem um contrato colectivo de trabalho (CCT) relativo a estes trabalhadores, mas não chegaram a acordo.

Segundo o SEAL, face à ausência de entendimento, ficou agendada nova reunião para o dia 22 de Maio e previsto um plenário dos membros do sindicato para o dia seguinte “para que se avaliem colectivamente os resultados finais conseguidos no âmbito deste processo negocial”.

Já para a Operestiva, uma das entidades patronais presente nas negociações, “as empresas do porto de Setúbal apresentaram várias propostas de conteúdo do contrato colectivo, entre as quais se contavam o modelo de progressão na carreira para todos os trabalhadores portuários efectivos, e aumentos salariais para os trabalhadores que não foram admitidos após 13 de Dezembro”.

Recorde-se que nessa data, as associações ANESUL e AOP, por um lado, e o SEAL, por outro, com mediação do Governo, celebraram um acordo comprometendo-se a negociar um CCT num prazo entretanto ultrapassado. E que desde Janeiro deste ano, as partes já se reuniram 15 vezes, sem terem chegado a um acordo final.

Segundo referia ontem a Operestiva em comunicado, “o único obstáculo à conclusão de um contrato colectivo foi mais uma vez a divergência em relação ao que pode ser um aumento razoável das condições remuneratórias, sem colocar em risco a viabilidade económica das empresas”.

A empresa acrescentou ainda que foram apresentadas ao SEAL “vários aumentos salariais, o último dos quais de 8%” e que o sindicato “não aceitou os aumentos propostos, exigindo inicialmente 40% (o que nalguns casos equivaleria a cerca de 600.00 euros de aumento mensal por cada trabalhador), para mais tarde baixar para cerca de 29%”.



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