A CITIC Group Corporation Ltd vai pagar 70% de um terminal voltado para o Índico, que facilitará o acesso de mercadoria chinesa para ocidente sem passar pelo Estreito de Malaca
Coreia do Sul

O Governo de Myanmar chegou a acordo com o CITIC Group Corporation Ltd., uma empresa pública chinesa de investimentos com interesses nas áreas financeira, energia, engenharia e imobiliário, para a construção de um terminal de águas profundas no porto de Kyaukpyu, na Baía de Bengala, em Myanmar, refere o Maritime Executive.

O acordo prevê a construção de um terminal estimado em 1,1 mil milhões de euros, com dois cais de calado profundo, e será financiado em 70% pela China e no restante por Myanmar. Depois de concluído, deverá movimentar anualmente cerca de 2,8 mil milhões de euros, refere a publicação com base em dados do jornal público chinês Global Times.

De acordo com o principal negociador do lado chinês, citado pela publicação, o terminal será construído por fases, para garantir a sustentabilidade de projecto. No final, constituirá uma via de acesso ao Oceano Índico com ligação ferroviária e rodoviária até à fronteira de Myanmar com a China, permitindo às mercadorias chinesas seguirem para ocidente sem terem que passar pelo Estreito de Malaca (primeiro por terra até ao porto e depois por barco rumo aos seus destinos).

A publicação recorda que a China já tem uma presença no porto de Kyaukpyu, onde a empresa China National Petroleum Corporation opera um amplo terminal petrolífero, que serve um oleoduto transnacional que transporta crude para Kunming, na província chinesa de Yunnan.

Quanto ao acordo agora alcançado, resulta de negociações que se prolongaram por anos e é uma versão reduzida do projecto original, estimado em 8,7 mil milhões de euros e cujo financiamento seria assegurado em 85% pela China. A redução do projecto deve-se a facto de ser uma solução de menor risco relativamente ao endividamento de Myanmar. A publicação recorda que infra-estruturas semelhantes no Sri Lanka e no Paquistão tornaram esses países fortemente endividados junto de Bancos chineses.

 



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