Passado o patético excitamento com a Conferência do Oceano das Nações Unidas, é tempo de voltarmos a quanto verdadeiramente importa.

Passado o patético excitamento com a Conferência do Oceano das Nações Unidas, vamos a quanto é verdadeiramente  sério.

O problema dos Oceanos não é um problema dos Oceanos, é um problema da devastação provocada o Mundo pela Modernidade que, apesar de agonizante, ainda tudo domina e, num estertor final, ainda procura fingir reinventar-se de modo a todo continuar a dominar.

Por isso talvez não surpreenda já muito essa estranha espécie de novo religioso fervor pelo Oceano a que se assistiu na semana passada na Conferência das Nações Unidas, com os convertidos de última hora a manifestarem-se, como sempre, os mais fanáticos, os mais intransigentes e os mais rigorosos vigilantes da mais extrema ortodoxia _ e logo também, naturalmente, os primeiros e os mais tremebundos acusadores de todo o mais leve desvio ou mínima falha.

Ridículos?

Ridículo?

Com certeza.

Mas não matando e não advindo daí grande mal ao Mundo, podendo até algum bem não deixar de sobrevir, contas feitas, dir-se-á, não ser o balanço tão negativo quanto se possa imediatamente fazer crer.

Absolutamente certo.

Todavia, se ao Mundo, indiscutivelmente, nenhum mal virá, para Portugal, aos seus interesses e afirmação, talvez assim não seja _ como os novos acólitos incensando furiosamente o novo Oceano das Nações Unidas, por nunca terem sabido pensar Portugal, nem a decisiva importância do Mar para Portugal, saberão alguma vez compreender.

Não, nem as Nações Unidas nem a UNESCO são organizações inócuas e, muito menos, inocentes.

Por isso mesmo, esquecendo agora a palhaçada da Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano e todo essa nova espécie de apátridas filhos da ONU e UNESCO, é tempo de regressarmos _ aqueles poucos que ainda se sabem, e se reconhecem, como verdadeiros Portugueses, e verdadeiramente querem continuar Portugal _ às coisas sérias:



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«Foi Portugal que deu ao Mar a dimensão que tem hoje.»
António E. Cançado
«Num sentimento de febre de ser para além doutro Oceano»
Fernando Pessoa
Da minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto.
Vergílio Ferreira
Só a alma sabe falar com o mar
Fiama Hasse Pais Brandão
Há mar e mar, há ir e voltar ... e é exactamente no voltar que está o génio.
Paráfrase a Alexandre O’Neill