Inovaram ao compreender que juntos são mais fortes, inovaram ao fazer isso num estágio tão prematuro da sua existência (trata-se de uma área ainda muito recente da economia nacional), inovaram ao juntar o máximo de valências, desde empresas, centros de conhecimento e serviços associados, criando talvez a primeira Rede que une toda uma cadeia de valor, inovaram ao associar-se desde início a outras organizações com as quais podem cooperar (e não competir), inovaram na forma como se incubaram, nascendo de um movimento conjunto, que juntou todos à volta de uma mesa, inovaram nos objectivos que definiram. Inovaram na constituição da equipa que dirige a Rede, que é composta por elementos de organizações que fazem parte da Rede e que, sem hesitar, disponibilizaram o seu tempo e know-how para fazer acontecer.
O objectivo é criar negócio. E sublinho negócio, não apenas valor. Ao desenvolver um produto com base num extracto que retiro de uma alga estou a criar valor, mas se não o vender a ninguém, não estou a fazer negócio. E o que os fundadores da Bluebio Alliance, cerca de 80 instituições!, compreenderam desde o primeiro dia é que precisamos de negócio. Ter empresas novas, com produtos inovadores destinados a uma procura global, ganhar escala, criar empresas maiores, gerar emprego qualificado, traduzir o conhecimento que temos nos nossos centros de investigação em valor (e em negócio). Cooperar para conquistar.
A ideia foi de facto disruptiva desde o primeiro dia, com a dinamização a caber a uma Autarquia, que desde logo compreendeu a importância de uma dinâmica como esta. Cascais esteve na génese da Bluebio Alliance ao promover por sua iniciativa as reuniões que levaram à criação desta Rede e que juntaram os stakeholders por duas vezes à volta de uma mesa para definirem objectivos conjuntos e identificar barreiras. Cascais foi também inovadora ao disponibilizar ela própria os meios necessários para que esta plataforma se tornasse uma realidade rapidamente e não resultasse apenas num conjunto de boas intenções esquecidas num papel.
A equipa de excelência, formada pela Helena Vieira, pela Joana Moreira da Silva, do 3B’s, pela Elizabete Matos, da Soja Portugal e pela Susana Moreira, do CIIMAR, tem uma tarefa árdua e muito ambiciosa pela frente, que é materializar a Visão que está na génese da Rede: A organização dos agentes envolvidos na exploração de biorecursos marinhos numa ampla rede, que englobe toda a cadeia de valor, incluindo os produtores de matéria-prima, as empresas de biotecnologia, as unidades de investigação, os prestadores de serviços, o sector público e os utilizadores dos produtos finais, orientada à partilha de conhecimentos e ideias, bem como à dinamização da cadeia de valor, irá acelerar o crescimento das empresas e potenciar a afirmação de Portugal como um país líder europeu no avanço e desenvolvimento da biotecnologia marinha.
A julgar pela dinâmica gerada até aqui e pela adesão em massa desde o primeiro dia, o futuro só pode ser promisor.