Soren Skou considera que nunca será permitido fazer navegar um navio com zero tripulantes, mas já estão a ser feitas experiências, como com o Yara Birkeland, na Noruega
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A automatização do transporte marítimo é uma realidade que se aproxima. No entanto, segundo do CEO da Maersk, Soren Skou, citado pelo World Maritime News, “mesmo que a tecnologia avance, não espero que possamos navegar com porta-contentores de 400 metros de comprimento, que pesam 200 mil toneladas, sem qualquer ser humano a bordo”.

A companhia de transporte marítimo afirma já ter reduzido ao máximo o número de pessoal a bordo. Desta feita, a empresa não vai efectuar mais cortes nas tripulações, uma vez que acredita que isso não trará benefícios. Os últimos desenvolvimentos tecnológicos permitiram reduzir para metade as tripulações a bordo de navios da empresa. Como explica o CEO da Maersk, o desenvolvimento tecnológico das embarcações já atingiu um nível satisfatório, sem que isso, todavia, dispense a intervenção humana.

Nesta matéria, um teste já a está a ser levado a cabo com o navio Yara Birkeland, na Noruega. Será o primeiro navio de contentores autónomo no mundo, anunciado como o mais amigo do ambiente. O navio totalmente eléctrico, que promete zero emissões, prevê-se que entre em operação em 2020.

De acordo com a Rolls-Royce, até 2030, espera-se que navios autónomos sejam uma “visão comum no oceano”. Além disso, a Organização Marítima Internacional (sigla em inglês, IMO) decidiu incluir navios autónomos na sua agenda e começar a trabalhar num novo quadro jurídico internacional para a operação segura de tais navios.

Um dos principais benefícios dos navios autónomos e não tripulados é a maior segurança que poderão garantir, principalmente se tivermos em conta que o erro humano é a maior causa do número de acidentes no mar. Note-se, no entanto, que o risco de erro humano não é totalmente nulo com a remoção da tripulação do navio, mas sim transferido para o centro de controlo remoto.



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