A CE aprovou ontem o primeiro programa de trabalho do Programa Europeu de Desenvolvimento Industrial no domínio da Defesa e começou a enviar convites para apresentação de propostas
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A tecnologia dos drones, a comunicação por satélite, os sistemas de alerta precoce, a inteligência artificial, a ciberdefesa e a vigilância marítima estão abrangidas pelo Programa Europeu de Desenvolvimento Industrial no domínio da Defesa (EDIDP) que ontem arrancou, com a aprovação de vários programas nesta área pela Comissão Europeia (CE).

Segundo a CE, os programas ontem aprovados destinam-se a “co-financiar projectos industriais conjuntos no domínio da defesa em 2019-2020, num valor até 500 milhões de euros”. “Foi disponibilizado um montante adicional de 25 milhões de euros para apoiar projectos colaborativos de investigação no domínio da defesa em 2019” (sobre a dominância do espectro eletromagnético e as futuras tecnologias de defesa disruptivas), acrescenta a CE.

Os convites para apresentação de propostas começaram a ser enviados ontem. Nove serão para 2019 e outros 12 relativos a propostas para 2020 e todos abrangerão áreas prioritárias nos domínios aéreo, terrestre, marítimo, ciberespacial e espacial. Estes convites “analisarão a melhor forma de a UE apoiar estas tecnologias para que possam gerar mudanças transformadoras no sector militar”, ajudando a “preparar o caminho para o Fundo Europeu de Defesa, que poderá afectar até 8 % do seu orçamento às tecnologias disruptivas”, refere a CE.

“Os consórcios elegíveis podem candidatar-se aos convites à apresentação de propostas de 2019 até ao final de Agosto” e os “primeiros projectos serão seleccionados antes do final de 2019, seguindo-se a assinatura oficial das convenções de subvenção”, esclareceu a CE.

De acordo com a instituição, “a partir de 2021, um Fundo Europeu de Defesa plenamente operacional promoverá uma base industrial de defesa inovadora e competitiva e contribuirá para a autonomia estratégica da UE”.

Também segundo a CE, a distribuição dos cerca de 500 milhões e euros é a seguinte: 80 milhões de euros “para desenvolver as capacidades de detecção de ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares (QBRN) e os sistemas anti-drones”, 182 milhões para as “áreas de conhecimento situacional e defesa do ciberespaço, conhecimento situacional e capacidades de alerta precoce no domínio do espaço e capacidades de vigilância marítima”, 71 milhões para “a modernização ou o desenvolvimento da próxima geração de capacidades de ataque terrestre de precisão, de capacidades de combate terrestre, de capacidades de combate aéreo e os futuros sistemas navais”, 27 milhões para desenvolver “soluções nos domínios da inteligência artificial, da realidade virtual e das tecnologias cibernéticas, bem como as PME”, 100 milhões para desenvolver o Eurodrone e 37 milhões para a iniciativa ESSOR de apoio às “comunicações militares interoperáveis e seguras”.

A CE recorda que “já financiou cinco projectos de investigação no domínio da defesa, incluindo o projecto «Ocean2020», no valor de 35 milhões de euros, para apoiar as missões de vigilância marítima” e que “estão em preparação contratos para o financiamento de mais três projectos”. E lembra que “com ambos os programas agora em curso, a Comissão está a abrir caminho para um Fundo Europeu de Defesa plenamente operacional no próximo período financeiro de 2021-2027”.



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