Presidente do CENTEC reconhece importância do 3º lugar obtido pela Engenharia Naval do IST num ranking mundial de Universidades, à frente de prestigiadas instituições e logo atrás de academias dotadas de mais recursos
Carlos Guedes Soares

O presidente do Centro de Engenharia e Tecnologia Naval e Oceânica (CENTEC) do Instituto Superior Técnico (IST), Carlos Guedes Soares, considerou ao nosso jornal que foi “extremamente elogioso para a Engenharia Naval do IST (Universidade de Lisboa)” o 3º lugar mundial na disciplina de Engenharia Marinha obtido pela instituição no ranking de Xangai (o Academic Ranking of World Universities, ou ARWU, publicado pelo Centro de Universidades de Classe Mundial da Universidade de Jiao Tong).

Para o presidente do CENTEC, esta classificação assume especial importância, dado que o IST ficou “à frente de muitas Universidades muito importantes e com grandes Departamentos de Engenharia Naval e Oceânica” e imediatamente atrás de duas que “têm Departamentos de Engenharia Naval e Oceânica com um número de docentes de carreira superior a cinco vezes o número de docentes de Engenharia Naval do IST”, além de terem “um conjunto importante de equipamento experimental de que o IST não dispõe”.

Carlos Guedes Soares, embora considerando o resultado “excelente”, não ficou surpreendido, “pois já há uns anos tinha sido divulgado um estudo baseado nas publicações de 2008 a 2011 que colocava então a UTL em segundo lugar depois da Norwegian University of Science and Technology – NTNU”, que agora ficou em 2ºlugar. O investigador referiu-nos também que “Portugal tem neste momento uma liderança mundial nesta área que era importante não perder”, mas que “para isso será necessário garantir um reforço do pessoal docente neste domínio, bem como um mínimo de equipamento experimental que permita desenvolver essa componente da investigação” no nosso país.

Sobre o ranking, Carlos Guedes Soares esclareceu que “baseia a ordenação das universidades no volume total e na qualidade da investigação produzida medida por um algoritmo que considera a importância das revistas onde se publicam os artigos, no número de citações e outras características deste tipo”, pelo que se trata de “um índice objectivo baseado em trabalho concluído e disponibilizado publicamente”. O presidente do CENTEC nota que em 2017, pela primeira vez, o ranking “apresentou resultados repartidos por várias áreas de engenharia, já que nos anos anteriores todas as engenharias apareciam consolidadas”, permitindo identificar “o ranking mundial das Universidades na área de engenharia naval e oceânica (Marine & Ocean Engineering)”.

O mesmo responsável sublinhou-nos ainda que a novidade deste ano “relativamente ao de 2008-2011 foi “a grande subida das universidades chinesas, resultante da alteração da politica cientifica na China e do elevado investimento desse país na investigação na área de engenharia naval e oceânica, que levou por exemplo a Shanghai Jiao Tong University a passar de número 36 para número 1 e a Harbin Engineering University a passar de 41ª para 10ª”.



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