Uma projecção da consultora Drewry estima que até 2022 a capacidade dos portos pode crescer 6% ao ano, acrescentando 240 milhões de TEU. Projecções mais conservadoras antecipam que no mesmo período essa expansão não excederá as 125 milhões de TEU
Drewry

A consultora Drewry prevê uma expansão da capacidade portuária global no médio prazo, apesar de algumas reticências colocadas pelo potencial impacto de novas tarifas sobre produtos e de uma guerra comercial internacional, refere o World Maritime News. E refere que o nível médio de utilização dos portos deve “crescer acentuadamente em quase todas as regiões do globo até 2022”, segundo o jornal.

A projecção da consultora, feita para os próximos cinco anos, baseia-se numa taxa de crescimento dos portos de 6% ao ano à escala global, ou seja, de 45 milhões de TEU (aproximadamente a capacidade actual do porto de Xangai, o maior do mundo) anuais, que é o valor actual. Deste modo, prevê a consultora, em 2022, a capacidade dos portos terá aumentado em 240 milhões de TEU.

No entanto, uma projecção mais conservadora, assente nas perspectivas porto a porto, conclui que para o mesmo período a expansão seja de 2% ano e que em 2022 a capacidade portuária tenha amentado 125 milhões de TEU, claramente abaixo das previsões globais da Drewry. Esta visão mais redutora reflecte alguma cautela dos investidores relativamente a projectos de sustentabilidade ambiental nos portos ao longo dos últimos anos.

Em todo o caso, de acordo com Neil Davidson, analista sénior da consultora, citado pelo jornal, admitindo que as projecções da Drewry estão bem fundamentadas e que se dissipam as ameaças de uma guerra comercial, é admissível que muitos operadores de terminais e investidores revejam e até que aumentem a sua actividade, fazendo crescer a capacidade dos portos.

De acordo com o jornal, o nível de utilização média dos portos no plano regional deve crescer claramente na China, Ásia do Norte, Sudeste Asiático e Costa Ocidental da América do Sul. Também parece claro que face ao rápido crescimento da dimensão dos navios, aumentará a necessidade de expansão de certos portos, bem como a segmentação das capacidades portuárias. E que, tal como já hoje sucede, alguns portos de águas profundas mais antigos se tornem sub-utilizados.

 



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