A indústria do bunkering acredita que as refinarias terão capacidade de responder à procura de combustíveis marítimos compatíveis com as novas regras internacionais sobre emissões de poluentes a partir de 2020
Bunkering

A International Bunker Industry Association (IBIA), que representa a indústria internacional do bunkering (abastecedores de combustíveis a navios), designadamente junto da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês), manifestou confiança em que as refinarias têm várias opções para produzir combustíveis marítimos compatíveis com as exigências de um teor de enxofre até 0,50% a partir de 2020 em volume suficiente para responder à procura, refere o Green4Seas.

Tais combustíveis serão uma mistura de várias categorias de combustíveis marítimos destilados e outros produtos geralmente designados por combustíveis com muito baixo teor de enxofre (very low sulphur fuel oil, ou VLSFO), refere a publicação, acrescentando que segundo a IBIA, a maioria da procura a partir de 2020 será satisfeita por estes VLSFO, mais do que por combustíveis marítimos apenas à base de destilados (marine gas oil, ou MGO).

Para a IBIA, o gás natural liquefeito (GNL) não será um grande contribuinte para o cumprimento dos requisitos de baixo teor de enxofre já em 2020, embora seja considerado uma solução mais pertinente a partir de 2025. Uma posição relacionada com a eventual carência de infra-estruturas para o GNL nos próximos anos. Segundo a IBIA, o GNL representará 1% do total do consumo de combustível em 2020.

Já o recurso aos scrubbers (depuradores) surge como alternativa e a IBIA refere que entre os fabricantes e os consultores existe a percepção de que a partir de 2020 existirá no curto prazo um mercado razoável para estes equipamentos no âmbito dos navios disponíveis para adaptação às novas exigências ambientais. E com forte possibilidade de um retorno rápido do investimento entre os que chegarem a 2020 já com os navios adaptados.

A IBIA também antevê dificuldades para as velhas refinarias com capacidade limitada de se adaptarem e reduzirem a produção de combustíveis com alto teor de enxofre (high sulphur fuel oil, ou HSFO), ao contrário das que se adaptarem, que terão perspectivas de boas margens de lucro. O preço mais elevado destes combustíveis com menor teor de enxofre implicará um esforço para as empresas de transporte marítimo, que necessitarão de acesso facilitado ao crédito, sublinha a IBIA.



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