O Wall Street Journal divulgou uma operação de prospecção submarina de diamantes ao largo da Namíbia, que apelida de “remota e secreta”, designada Debmarine Namibia, resultante de uma parceria entre a De Beers, uma unidade da Anglo American, e o Governo da Namíbia.
De acordo com o jornal, apesar do avultado investimento, a operação é altamente lucrativa, na medida em que permite extrair alguns dos diamantes mais valiosos do mundo. Cada quilate vale, em média, cerca de 600 dólares, contra 250 dólares dos diamantes da mina de Jwaneng, no Botswana, igualmente explorada pela De Beers.
Ainda segundo o jornal, até agora, as operações de prospecção marinha da De Beers na Namíbia produziram 16 milhões de quilates, contra 62 milhões em terra, mas a Debmarine considera que existe no mar tanto para explorar como em terra.
Considerando que o projecto tem uma licença para explorar 2.300 milhas quadradas de água, que se acredita que pelo menos um quarto dessa área tem diamantes e que até agora só foram explorados 3%, a prospecção deve demorar, no mínimo, 50 anos, refere o jornal, citando Jan Nel, Gestor de Operações da Debmarine.
Embora responsáveis pelo projecto considerem que o impacte ambiental da operação é reduzido, se comparado com a prospecção em terra, que os fundos marinhos explorados recuperam e que não são utilizados químicos, há quem duvide desta opinião, sobretudo, quando está em causa a exploração de um ecossistema pouco conhecido. “Sabemos mais sobre a lua do que sobre o fundo do oceano”, considera Emily Jeffers, advogada do Center for Biological Diversity, citada pelo jornal.
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