Marca APLOP poderá ser implementada este ano

Em 26 e 27 de Novembro de 2015, na reunião preparatória do seu próximo Congresso, que decorrerá no porto de Itajaí, no Brasil, em Abril deste ano, a Associação dos Portos de Língua Oficial Portuguesa (APLOP) homologou um acordo de cooperação com a Agencie National de Ports de Marrocos assinado na véspera e admitiu os portos marroquinos como membros observadores da instituição.

Na mesma ocasião, foram admitidos como membros de pleno direito os portos da República Democrática de Timor-Leste e da República da Guiné Equatorial. Marrocos só não se tornou membro efectivo da associação, ao contrário de Timor-Leste e da Guiné Equatorial, porque estatutariamente só o podem ser os países da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP). Para Luís Cacho, conselheiro da presidência da APLOP, estas adesões “são o reconhecimento do trabalho da associação e constituem um enriquecimento da nossa rede de portos”.

No caso de Marrocos, que fará um investimento de cerca de seis mil milhões de euros em cinco portos, incluindo Casablanca, até 2030, Luís Cacho considera que “este acordo foi interessante porque revela o empenho do país em aproximar-se dos portos de língua portuguesa e a importância que atribui a parcerias com os nossos portos”. Segundo o mesmo responsável, a questão da adesão de Tânger Med não se colocou porque tem uma gestão privada.

Confrontado com a admissão da Guiné Equatorial e as críticas que foram feitas à adesão daquele país à CPLP, Luís Cacho responde que “a APLOP não é uma entidade política e apenas procura a cooperação entre os portos dos países que integram a CPLP, pelo que nessa perspectiva, e tendo eles pedido a adesão, cabe-nos ajudar a fomentar as trocas entre os países de língua portuguesa onde os portos sejam um elemento facilitador”. A propósito de Timor-Leste, Luís Cacho mostrou-se confiante na estratégia que o país tem para os portos e nos investimentos que tem previstos para o sector.

 

Grupos de trabalho apresentaram relatórios

 

O encontro de Cabo Verde serviu também para a apresentação dos relatórios preliminares realizados pelos dois grupos de trabalho constituídos no Congresso de Maputo, em Março de 2015, e que constituirão um importante instrumento de trabalho no Congresso de Abril.

Um foi sobre o processo de facilitação e certificação de procedimentos nos portos de língua portuguesa, “com a possibilidade de criar uma marca APLOP, que possa ser um facilitador do comércio entre países de língua portuguesa”, referiu-nos Luís Cacho. Neste momento, o processo está numa fase embrionária, destinada a realizar um levantamento da situação de cada país. Como os membros da APLOP estão em diferentes estádios de desenvolvimento, a integração de procedimentos comuns terá de ser feita de modo gradual.

O outro relatório serviu para avaliar o transporte marítimo e a ausência de companhias lusófonas de bandeira com dimensão relevante no espaço marítimo da CPLP. Entre as propostas de trabalho consta o desenvolvimento da navegação de cabotagem, designadamente nos Estados com costas extensas, como forma de apoiar o relançamento das economias dos países associados, e a criação de novas linhas marítimas.

A reunião incluiu igualmente uma oportunidade para apresentar a estratégia portuária de Cabo Verde e os passos que aí têm sido dados no quadro da dinamização do transporte marítimo, quer relativamente aos países da região, quer no âmbito do Atlântico Sul.



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