“Começo a perguntar-me quantos mais sinais de alarme deverão despertar para que o mundo desperte para este desafio”, referiu o Secretário-Geral das Nações Unidas.
António Guterres

As alterações climáticas estão a evoluir velozmente e a meta do Acordo de Paris pode tornar-se inatingível se não forem tomadas medidas drásticas, advertiu António Guterres, Secretário-geral das Nações Unidas, numa conferência de imprensa em Nova Iorque.

De acordo com António Guterres, as emissões de CO2 aumentaram 1,4% em 2017 e os desastres relacionados nesse ano com as alterações climáticas geraram prejuízos estimados em 271 milhões de euros.

“Começo a perguntar-me quantos mais sinais de alarme deverão despertar para que o mundo desperte para este desafio”, referiu António Guterres, afirmando que 2017 esteve repleto de um “caos climático” e que “2018 já trouxe mais do mesmo”.

Neste sentido, o departamento das Alterações Climáticas das Nações Unidas está a encaminhar países para a Convenção-Quadro das Nações Unidas de forma a planear e mapear o ano, convidando cidades, regiões, negócios, investidores e Governos a participar no Talanoa Dialogues (projecto de troca de experiências para construir uma ponte entre as agendas climáticas).

Respondendo à questão da retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris, António Guterres revelou que, não obstante a posição da Administração Trump, o país pode ser capaz de cumprir o acordo devido às reacções positivas da comunidade empresarial americana e das autoridades locais. “Em todo o mundo, o papel dos Governos é cada vez mais irrelevante. O papel da economia e o papel da sociedade é cada vez mais relevante”, conclui.

No final, Guterres também afirmou que no próximo ano irá convocar uma cimeira do clima em Nova Iorque, destinada a impulsionar a ambição global de enfrentar o nível do desafio climático.



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