Humberto Jorge, presidente da associação de pesca do cerco, não compreende tal aumento de quota para esta espécie, mas considera os resultados obtidos globalmente positivos
DNV GL

Apesar de ter considerado positivo o aumento das possibilidades de pesca para Portugal relativamente a 2019 no Conselho Europeu de Agricultura e Pescas (Agrifish), o presidente da Associação das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (ANOPERCO), Humberto Jorge, admitiu que tal se deve sobretudo ao grande aumento de quota fixada para o carapau e que na sua opinião é excessivo e incompreensível, refere a SIC Notícias.

Para este responsável, o nosso país já captura o máximo que o mercado de frescos consome, sem esquecer que Portugal recebe carapau mais barato proveniente de Espanha. E à Lusa terá afirmado que “o carapau é uma espécie que não tem grande possibilidade de tratamento industrial a não ser pelo frio, mas com mercados limitados pelo preço”, acrescentando que “este aumento não nos vai trazer nada de excepcional”.

Humberto Jorge sublinhou ainda que “o aumento em si vai provocar uma margem maior em termos de captura e da actividade das embarcações”, todavia “este cenário poderá não se reflectir nos rendimentos da pesca na medida em que o mercado também tem uma palavra a dizer sobre isso”.

Sobre as restantes espécies, Humberto Jorge considera que os resultados obtidos estão conforme as expectativas e são positivos. “Algumas mantêm-se, o que é muito importante uma vez que havia intenção de reduzir, como por exemplo na pescada” e “depois temos alguns pequenos aumentos no lagostim, tamboril e no atum rabilho, que são aumentos ligeiros, mas importantes”, afirmou à Lusa.

Porém, admitiu igualmente que algumas espécies e pescarias nacionais “vão continuar num “colete-de-forças porque não têm quota suficiente para poder operar de forma regular e continuada”.

 



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