Segundo noticiavam ontem vários meios de imprensa, a empresa de trabalho portuário do porto de Lisboa está a sentir os efeitos da greve dos estivadores ao trabalho extraordinário e admite dificuldades financeiras. Em Setúbal, os estivadores efectivos assumem greve por tempo indeterminado ao trabalho extraordinário. E na Alemanha, a Volkswagen ameaça desviar os motores destinados à Autoeuropa para a fábrica espanhola de Navarra
Administração do Porto de Lisboa

A Associação – Empresa de Trabalho Portuário de Lisboa (AETPL) está em vias de ficar sem dinheiro para pagar salários, referia ontem o Jornal de Negócios. Segundo referido em vários meios de comunicação social, a greve dos estivadores ao trabalho extraordinário terá provocado uma diminuição da facturação em 30% desde Agosto, tornando financeiramente difícil a situação da empresa.

De acordo com informação da SIC, a empresa tem 150 trabalhadores efectivos e 50 temporários e dentro de um mês e meio não haverá dinheiro para salários se a paralisação continuar.

Entretanto, a SIC noticiou também que a greve ao trabalho extraordinário dos estivadores com vínculo de trabalho efectivo no porto de Setúbal vai manter-se por tempo indeterminado. A informação terá sido prestada por António Mariano, presidente do Sindicato dos Estivadores e da Actividade Logística (SEAL). O protesto dos efectivos correrá em paralelo ao dos trabalhadores eventuais.

Por outro lado, segundo anunciou ontem a RTP, a administração da Volkswagen na Alemanha pretende reunir-se com António Costa e quer uma garantia de que a paralisação do porto de Setúbal é ultrapassada, sob pena de os motores que tem para enviar à Autoeuropa serem desviados para a sua fábrica de Navarra, Espanha.

Se esse envio se confirmar, a Autoeuropa suspende a produção já esta semana, muito antes da suspensão prevista para o período de 22 de Dezembro a 4 de Janeiro, arrastando consigo as empresas fornecedoras do parque industrial da empresa. Diz ainda a RTP que neste momento já são 22 mil os veículos produzidos na Autoeuropa imobilizados no porto de Setúbal, na Base do Montijo e no parque da própria fábrica.

 



Um comentário em “AETPL em risco de não poder pagar salários”

  1. José M. Potes diz:

    Prova evidente da incapacidade do governo em pugnar pelos interesses nacionais, dobrando a cerviz aos mentores destas greves. O direito à greve é constitucional, e os seus deveres para com a Nação onde estão consignados?

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