Face ao bloqueio político ao uso de terminais para exportar combustíveis fósseis, um membro do Governo norte-americano sugeriu uma base naval abandonada nas Aleutas para esse efeito.
IMO

O Secretário de Estado do Interior dos Estados Unidos, Ryan Zynke, o equivalente a um ministro da Administração Interna na terminologia europeia, sugeriu utilizar instalações navais militares federais como terminal de exportação de carvão e gás natural da costa oeste, refere o Maritime Executive.

Ryan Zynke referiu-se apenas à base naval de Adak, há muito abandonada, nas Ilhas Aleutas, referindo que poderia ser utilizada como plataforma exportadora de gás natural, sem mencionar qualquer outro local. E ao usar instalações federais, teria a vantagem de contornar os obstáculos ambientais colocados por Estados da costa oeste, cujas populações se têm oposto à exportação de combustíveis fósseis.

Até agora, os opositores à exportação desses combustíveis têm bloqueado o recurso a terminais portuários para esse efeito, designadamente na Califórnia, Oregon e Washington, inviabilizando o acesso dessas matérias-primas ao Pacífico a partir desses Estados. A alternativa têm sido os terminais da costa do Golfo, que implicam um acesso mais dispendioso do gás natural e do carvão ao mar por parte dos produtores.

A proposta de Zynke tem sido encarada com algum cepticismo. Por um lado, a utilização de bases navais militares está sujeita a regras ambientais nacionais. Por outro, não se livrou da crítica do Governador de Washington, Jay Inslee, que colocou a questão da sua viabilidade.

“Os homens e mulheres que servem nas nossas bases militares estão lá para tornar o país mais seguro, não ao serviço de uma exportação de combustíveis fósseis por empresas privadas; esta proposta mina a segurança nacional em vez de a aumentar e mina os direitos dos Estados a reforçarem as necessárias medidas de protecção ambiental segurança e saúde públicas nas suas comunidades”, considerou Inslee.

Zynke, sem deixar de manifestar o seu respeito pelos três Estados, argumentou com o interesse e a segurança nacional e dos aliados dos Estados Unidos, que representa o acesso a bens em condições materiais aceitáveis.

 



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