A afirmação é de Vítor Fraga, secretário regional do Turismo e Transportes do Governo Regional dos Açores
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No final de uma audição na Comissão de Economia da Assembleia Legislativa Vítor Fraga, secretário regional do Turismo e Transportes do Governo Regional dos Açores, afirmou que o actual modelo de transporte marítimo de carga permite responder às necessidades da Região, ao mesmo tempo que assegura a coesão inter-ilhas em factores cruciais como os custos do transporte e a manutenção de ‘stocks’.

“O quadro regulamentar actual permite as variantes que se quiser, de forma a satisfazer aquilo que consideramos como sendo factores dos quais nunca devemos abdicar”, frisou o Secretário Regional. Em causa o facto de o modelo “garantir o mesmo preço para todas as ilhas e garantir os ‘stocks’ em todas as ilhas, criando factores de coesão económica, social e territorial entre as ilhas da Região”.

Medida que levou o secretário regional a refutar a necessidade de elaboração de estudos, constante de proposta apresentada pelo CDS/PP. O argumento utilizado foi o de que essa proposta tem por base “um conjunto de considerandos que, além de não corresponderem à verdade, apenas denotam um desconhecimento total do actual modelo e das variantes que pode encerrar”.

Por outro lado, frisou Vítor Fraga, o Governo dos Açores tem vindo a trabalhar, em conjunto com armadores e empresários, para reduzir constrangimentos, sendo que convém referir que “há condicionantes fora do controlo da Região”, nomeadamente as climatéricas ou outras como as greves do Porto de Lisboa.

“O nosso compromisso, aquilo que temos estado a fazer permanentemente, é trabalhar juntamente com os armadores que efectuam este tipo de ligações, quer dentro da Região, quer com o exterior, no sentido de reduzirmos os tempos de entrega daquilo que importamos, mas sobretudo reduzirmos os tempos de entrega daquilo que exportamos”, frisou Vítor Fraga.

Apesar destes constrangimentos, e fazendo uma avaliação global, Vítor Fraga considera que as soluções até agora encontradas têm sabido dar resposta às necessidades do arquipélago. Especificamente através de compromissos com as entidades privadas que realizam o serviço.

Em relação ao transporte de carga o secretário regional referiu o decréscimo significativo que se tem registado nos últimos anos. “Entre 2007 e 2015 houve uma redução de 30%, o que levou a que os operadores ajustassem a sua operação, e estão a operar hoje com seis navios, e ainda no passado – passado relativamente recente – operavam com oito navios. Naturalmente que isso requer algum ajustamento”, afirmou.

Sobre a concessão dos novos navios ferry, que irão assegurar o transporte de passageiros, viaturas e carga rodada, Vítor Fraga não se mostrou preocupado com os receios de que estes possam concorrer com os privados locais. “Haverá espaço para todos, como continua a existir no Triângulo, onde entraram dois novos navios com essas valências e os operadores de tráfego local continuam a desenvolver a sua actividade”, salientou o secretário regional.

 

 

 

 



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