Milhares de algas tóxicas fizeram “cemitérios” de peixes, avançava, há um mês, a revista Visão. Actualmente, são essas mesmas algas que, se não diminuir drasticamente a concentração de dióxido de carbono na atmosfera, vão desenvolver-se em massa, segundo uma equipa internacional de investigadores liderados pela GEOMAR Helmholtz Centre for Ocean Research Kiel, segundo o canal de divulgação científica Gemini Research News
Numa experiência de dois meses nas Ilhas Canárias, os investigadores, através de nove mesocosmos (sistema experimental flutuante que mantém um tubo plástico de 15 metros de comprimento e 35 metros cúbicos de água do mar com a comunidade de plâncton natural na água) descobriram concentrações de dióxido de carbono acima das 600 partes por milhão (ppm), podendo desenvolver-se até às 800 partes por milhão (ppm). O que gera acidificação dos oceanos e afecta a cadeia alimentar, através das denominadas Vicitus globosus (alga tóxica amplamente distribuída das regiões temperadas aos trópicos).
“Nos nossos ambientes de teste quase naturais, as proliferações de algas tiveram um enorme efeito negativo sobre o resto da comunidade planctónica, particularmente os diversos grupos de zooplâncton. Estes minúsculos animais são extremamente importantes para a teia alimentar marinha. Pelo que o colapso da cadeia alimentar afecta igualmente outros processos importantes impulsionados pela biota marinha, como o transporte de carbono até à profundidade”, explica Ulf Riebesell, Professor de Oceanografia Biológica da GEOMAR e autor principal do estudo.
Ainda que “resolver essa questão exija mais análises detalhadas no laboratório”, segundo Riebesell, esta é a primeira evidência de um estudo de campo de que a acidificação dos oceanos pode promover a proliferação de algas tóxicas – forte razão para reduzir rapidamente as emissões de CO2. Ainda para mais quando os resultados deste estudo podem ser transferidos para outras espécies de algas tóxicas.
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