Esta foi a conclusão de um estudo científico de investigadores da Universidade de Exeter que, pela primeira vez, analisou o efeito da acidez marinha nos peixes
Pedro Santana Lopes

O aumento das emissões de carbono e a consequente acidificação dos oceanos constituem uma ameaça para o olfacto dos peixes, concluiu um estudo científico conduzido por investigadores da Universidade de Exeter, no Reino Unido, citado pelo jornal britânico Independent.

De acordo com a cientista Cosima Porteus, que chefiou a investigação, este é o primeiro estudo que relaciona o aumento do CO2 nos oceanos com o sistema olfactivo dos peixes e as suas conclusões foram publicadas no jornal Nature Climate Change.

Segundo o Independent, os cientistas compararam o comportamento de percas jovens em meios marinhos com os níveis actuais de CO2 e noutros com os níveis de CO2 previstos para o final do século, que deverão ser até duas vezes e meia superiores. E notaram grandes modificações no comportamento dos peixes em ambientes mais ácidos. As percas não só nadavam menos, como pareciam não notar a presença próxima de predadores.

O estudo concluiu que as percas perdiam metade da sua capacidade olfactiva nos meios marinhos mais ácidos, o que é significativo dado que as percas dependem do olfacto para procurar alimento, identificar parceiros de acasalamento e detectar predadores nas proximidades.

 



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