Brito e Abreu, secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, acredita no potencial da exploração dos recursos do mar profundo
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A exploração dos recursos do profundo tem muito potencial, nomeadamente minerais e genéticos, com aplicações em sectores como a cosmética, saúde, farmacêutica, alimentação e tecnologias limpas. A afirmação foi do secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Brito e Abreu, no painel ‘O Mar dos Açores: Valorização do Património Marítimo no Atlântico, organizado pelo Departamento de Ciências Físicas e Naturais da Escola Básica e Integrada de Angra de Heroísmo, no âmbito da XIV Semana da Ciência.

“Devemos olhar para o mar não só como uma base importante da nossa economia regional, mas também como património histórico e cultural e como um desafio para o conhecimento científico”, afirmou Brito e Abreu, acrescentando que “conhece-se melhor a superfície lunar do que o fundo dos mares abaixo dos 2.000 metros de profundidade”.

Sobre os Açores o secretário regional referiu que estes “são um sítio privilegiado para desenvolver conhecimento científico ligado ao mar”. O que o levou a defender a implementação, no arquipélago, de novas actividades relacionadas com a economia do mar. Sendo uma delas a aquacultura. “A aquacultura deverá desenvolver-se a breve trecho nos Açores”, frisou, acrescentando que “temos de domesticar o nosso peixe e ser capazes de o produzir com qualidade para satisfazer necessidades crescentes de consumo e proteger os recursos marinhos”.

Em termos culturais e históricos Brito e Abreu realçou a importância de não esquecer o património baleeiro e a sua importância para o turismo e a economia. “Conseguimos manter viva a cultura ligada à caça baleia não só através de museus e da recuperação de botes baleeiros, mas também revitalizando a relação que temos com o mar e com as baleias e os golfinhos”, disse.

Aproximação que pode e deve ser potenciada em termos turísticos. A indústria de observação de cetáceos e o turismo marítimo “gera hoje mais empregos e mais riqueza do que a antiga indústria de caça à baleia alguma vez rendeu”, acrescentando que os Açores são “um exemplo para o mundo” de como é possível “entrar em equilíbrio com os ecossistemas e garantir o desenvolvimento da economia”.

 

 

 

 



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