FITT e FHM apontam falhas de segurança às novas eclusas

A Autoridade do Canal do Panamá (ACP) discorda das conclusões de um estudo realizado pela Fundação Homem do Mar (FHM) e a Federação Internacional dos Trabalhadores dos Transportes (FITT) sobre a segurança da navegação nas novas eclusas daquele canal, segundo relatam diversos meios de comunicação internacionais.

De acordo com o estudo,  as eclusas são pequenas demais para a realização de manobras de navegação (com ambas as portas fechadas), não existem zonas de escape para os rebocadores dentro das comportas e a segurança da navegação fica comprometida mesmo com manobras feitas sob as condições ambientais médias do local, entre outras situações.

Segundo as mesmas fontes, citando esclarecimentos prestados pela FITT, o estudo foi feito entre 11 de Novembro de 2015 e 14 de Abril deste ano, no Rio de Janeiro,  com recurso a um modelo matemático que usou um Simulador de Manobras de Classe A, simulando a navegação de um navio neo-Panamax totalmente carregado, apoiado por dois rebocadores semelhantes aos utilizados no período da sua realização.

A FITT terá manifestado preocupação com a recusa da ACP em dialogar sobre formação e questões técnicas alusivas à construção do canal que conduziram ao atraso das operações na nova infra-estrutura. Paralelamente, os autores do estudo recomendam a realização de uma análise de risco e sessões especiais de formação, por forma a evitarem-se acidentes.

Segundo o World Maritime News, o supervisor da unidade de formação de Simulação Marinha do canal, Peter Pusztai, criticou o estudo por não ter utilizado modelos matemáticos nem uma navegação física e questionou a credibilidade e rigor científico do trabalho da FITT e FHM. A ACP terá mesmo considerado o estudo como “inadmíssvel”.

O mesmo responsável terá também referido que os autores do estudo “não navegaram no canal nem estão preparados para isso”, de acordo com o jornal. Para a ACP, na apresentação que fizeram do estudo, os autores partiram de uma premissa errada, que foi a utilização de dois rebocadores, na medida em que na nova infra-estrutura serão utilizados até quatro rebocadores.

A ACP acrescentou que todos os seus estudos são realizados no centro de simulações, que é mais avançado da região, baseados em modelos matemáticos rigorosos e actualizados com simulações físicas a partir de navios à escala e navegação real nas actuais eclusas. A mesma entidade reiterou a sua prontidão para a abetura das novas comportas, “com a mesma eficiência e segurança das actuais, o que torna esta rota uma das mais seguras do mundo”.

Para quem queira saber mais, estudo pode ser acedido aqui.

 



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