Frota portuguesa é maior do que a do Luxemburgo, considera Roy Garibaldi
MAR

“Receio que os dados da Senhora Ministra do Mar não estejam actualizados”, referiu ao nosso jornal Roy Garibaldi, membro da Comissão Executiva da S.D.M. – Sociedade de Desenvolvimento da Madeira, S.A., que promove e gere o Registo Internacional de Navios da Madeira (MAR), a propósito da comparação entre a frota mercante portuguesa e luxemburguesa feita por Ana Paula Vitorino no passado dia 3 de Março. Na ocasião, a ministra do Mar não considerou razoável que Portugal tivesse “menos navios que o Luxemburgo, que é um país interior”.

Roy Garibaldi considera que, “segundo os dados mais recentes, o MAR é já o quarto maior registo internacional da União Europeia, superando largamente a frota do Luxemburgo”, pelo que, “através do MAR, Portugal dispõe de uma marinha mercante maior do que muitos países da União Europeia, alguns dos quais também com tradição e indústria marítima, quer em números de navios, quer em termos de tonelagem”. O mesmo responsável recordou igualmente que “todos os navios registados no MAR arvoram a bandeira nacional e são por isso pavilhão português”.

Apesar da discordância com a afirmação da ministra e de considerar que o MAR tem contribuído para reforçar a posição de Portugal em organizações internacionais, ampliar a marinha mercante nacional e manter a tradição marítima do país, sempre no respeito pelas leis nacionais e convenções internacionais, o membro da S.D.M. admite que “todas as medidas para melhorar a competitividade da marinha mercante portuguesa nos mercados internacionais são certamente bem-vindas pelo sector”.

Confrontado com o facto de apenas 8% dos trabalhadores de navios registados no MAR serem portugueses, Roy Garibaldi destaca o aumento de 15% no número de marítimos portugueses nesses navios entre 2013 e 2014, “fruto de algumas parcerias com armadores registados”, e recorda que “num passado não muito longínquo, no quadro das regras vigentes, os navios registados no MAR” terem precisado de marítimos nacionais, sem que tenha havido “capacidade de resposta nacional a esse nível”. Apesar do esforço nesse sentido realizado por sindicatos do sector e pela Escola Náutica Infante D. Henrique, nota o mesmo responsável.

 



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