Frank Lenseen, Comandante ad Fragata Tromp, reconhece que a Marinha Holandesa não é vasta mas está dotada da melhor e mais avançada tecnologia da actualidade, com plena capacidade de intervenção em qualquer parte do mundo, a todo o momento, se necessário.

Frank Lenseen, não esconde por um segundo todo seu orgulho na Fragata da Marinha Holandesa que comanda, a Tromp, construída em Shedle e equipada com os mais avançados sistemas da actualidade, dotando de uma extraordinária capacidade para o cumprimentos das missões atribuídas enquanto Fragata de Comando e Escolta, em operações e luta anti-aérea, anti-submarina e anti-pirataria, entre outras.

Com uma capacidade de acolher uma tripulação de cerca de 200 marinheiros, entre os quais 32 a 35 oficiais superiores, Frank Lenseen destaca desde logo as singulares capacidades do seu navio em termos de vigilância e luta antimíssil, incluindo no caso em particular, os misseis balísticos, detectáveis pelo avançado radar Smart-L, instalado pela primeira vez neste tipo de Fragatas, a par do radar APAR.

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E mais do que isso, o Comandante da Tromp não deixa de tecer igualmente rasgados elogios ás capacidades do novo helicóptero NH-90 e, muito em especial, ao conjunto dos seus sensores que, interligados aos Sistemas de Comando e Controlo do navio permitem mesmo alargar em muito essa capacidade de vigilância e detecção, oferecendo uma visão de 360º, com alcance e um horizonte muito mais vastos.

Naturalmente, Frank Lenseen não quis revelar o raio de alcance atingido pelos seus radares mas, segundo informação das respectivas especificações, poderão chegar até, pelo menos, 150 Km de amplitude e, uma vez mais, sem denunciar quaisquer números, os testes já realizados em exercícios da NATO, confirmam tanto a sua plena eficácia operacional quanto o seu valor táctico e estratégico.

Para além disso, em termos de luta anti-submarina, o Tromp dispõe igualmente de capacidades singulares oferecidas pelo sonar STM, uma vez mais passível de ser ampliado pelo sonar de profundidade igualmente a bordo do NH-90 que permite uma vigilância igualmente muitíssimo mais alargada e assim prevenir e manter em segurança toda uma frota.

Para além disso, o NH-90 dispõe igualmente de Bóias Sonar que pode largar em complemento de forma a alargar ainda mais o seu horizonte de vigilância e detecção de submarinos ou outros veículos, equipamentos ou sistemas de armas submergidos.

Para Frank Lenseen, o helicóptero NH-90 é parte integrante do equipamento base da Fragata e não deixando se der um equipamento novo e em fase final de completa adaptação, também pelas suas capacidades de ELINT, ou seja, de detecção de radares, intercepção de sinais, análise de dados e informação em permanente interligação com os sistemas de bordo C2, de Comando e Controlo, a somar às capacidades de escudo e dispersão de comunicações e informação, é um elemento determinante e decisivo de acrescida confiança e segurança operacional.

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Simultaneamente, o Tromp encontra-se igualmente equipado com 5×8 células de lançamento de mísseis SSM e SAM , bem como lançamento de torpedos de ataque e de engodo, além, naturalmente, dos mais tradicionais canhões e metralhadoras, transformando-o, de facto, numa poderosa máquina de guerra.

Tendo entrado ao serviço da Marinha da Holanda em 2003, irá sofrer em 2016 uma das tradicionais actualizações periódicas, centrando-se essa actualização sobretudo nos Sistemas de Comando e Controlo, dotando-os de maior automatização e maior capacidade, bem como na mudança dos canhões e das metralhadoras.

Um aspecto que Frank Lenseen salienta como especialmente relevante é o facto de o Tromp e as restantes Fragatas da sua classe, continuarem a ser construídas na Holanda, ou seja, garantindo, por um lado, a maior autonomia possível á Marinha bem como manter-se a Holanda não apenas actualizada em termos tecnológicos mas com plena capacidade de inovação e de manter a melhor tradição naval que faz parte da sua história.

Nesse sentido, Frank Lenseen não deixa igualmente de referir a circunstância de a Holanda estar já a pensar na evolução das respectivas plataformas através de parcerias envolvendo a própria Marinha, quem específica os respectivos requisitos operacionais, as universidades, por razões de investigação e desenvolvimento, e, naturalmente, a própria indústria de construção naval, afinal, quem, ao fim e ao cabo, irá desenvolver e construir as próprias plataformas.

Importante, como também sublinha, é o facto de tanto a Europa em geral, como a Holanda, em particular, terem desinvestido na defesa ao longo dos últimos anos, sobretudo com o fim da Guerra Fria. Todavia, também entende que nos encontramos num momento de viragem e que os investimentos estão de novo a subir, o que também sucede na Holanda e, muito em particular, com a Marinha.

A Holanda não é uma nação grande e não possui uma Marinha muito vasta mas deve ter, e tem, uma Marinha bem equipada e apta a estabelecer necessárias parcerias com terceiras nações, como já sucede, por exemplo com a Alemanha, em termos de desenvolvimento e uso de novos sistemas de armas, de comando e controlo ou outros, como radares até.

Mas não apenas. As questões operacionais também são importantes e é exactamente nesse âmbito que o facto de as principais Marinhas europeias se encontrarem conjuntamente integradas na NATO se afigura uma enorme mais-valia dados os procedimentos comuns adoptados que facilitam e permitem uma perfeita e comum doutrina, integral interoperabilidade dos sistemas e perfeita articulação de acção, sendo exemplo disso mesmo os exercícios da NATO realizados no Mar Negro em que a Tromp esteve envolvida sob Comando da Fragata da Marinha Portuguesa, D. Francisco de Almeida, e onde se integraram igualmente forças búlgaras numa determinada fase e forças romenas numa outra.

Isso não significa que não entenda importante a cooperação entre as Marinhas europeias, cooperação essa que se deve intensificar e aprofundar mas, como também sublinha, já existe muito mais intensamente do que as pessoas imaginam ou sabem, e não apenas em termos teóricos mas também em termos realmente práticos.

Quanto ao futuro, assistindo-se a uma proliferação generalizada de conflitos e um recrudescimento da pirataria, Frank Lenseen entende igualmente como decisiva a necessidade de permanente prontidão para se actuar a todo o momento em qualquer parte do mundo quando seja necessário, não deixando de enfatizar uma igual importância de o fazer sob específico mandato de uma NATO ou de umas Nações Unidas.

Em termos genéricos, como se sabe, a Marinha Holandesa dispões de 4 Fragatas da Classe da Tromp, ou seja, Fragatas de Defesa Antiaérea e Comando; 2 Fragatas de multi-uso; 2 navios anfíbios de transporte e projecção de forças, designados LPD (Landing Plataforms Docks); 1 navio de reabastecimento e 4 navios de patrulha Oceânica (OPV) e submarinos navios com propulsão diesel-eléctrica, além, naturalmente, de navios de menor dimensão, entre os quais se contam 6 draga-minas e 2 navios hidrográficos, entre outros.

Todos os navios da Marinha Holandesa têm o prefixo HNLMS que significa Navio de Sua Majestade dos Países Baixos.

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