Alunos do Corpo de Cadetes da Universidade Texas A&M projectam uma embarcação para mapear o fundo do mar, mais sustentável e rápida que as existentes, especialmente para portos
Crescendo Azul

Cinco alunos de engenharia marítima do Corpo de Cadetes da Universidade Texas A&M, em Galveston, entre os quais James Payne (electrónica e líder de equipa,), Leland Murphy (arquitectura naval), Frank Merkle (logística), Corey Staph (sonar e propulsão) e Alec Rappleyea (sistemas de energia renovável), estão a construir uma embarcação autónoma de 2,5 metros que pode mudar o paradigma do mapeamento do fundo do mar, segundo o Maritime Executive.

A equipa, que já está a preparar o projecto para apresentar a potenciais clientes, recebeu recentemente fundos da organização de pesquisa MARIN, na Noruega, para auxiliar na capacidade da bateria. E a mesma recomenda a embarcação especialmente a organizações como a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, no acrónimo inglês)) e a empresas do sector de petróleo e gás, mas o seu principal mercado são os portos, como o porto de Galveston, onde urge mapear com frequência para estudar alterações do mar.

“Estamos a construir uma embarcação de dois metros e meio com funções autónomas e uma interface de utilizador por cerca de 1.060 euros, enquanto outras empresas, que pesquisam este tipo de embarcações, investem 100 vezes mais. Se obtivermos sucesso com a embarcação, ela reduzirá significativamente os custos de mapeamento oceânico e permitirá mapear o fundo oceânico com muito mais rapidez”, referiu Alec Rappleyea.

A embarcação utilizará electrónica de amadores (ou seja, microcontroladores, rádios de baixa frequência, módulos de GPS). As capacidades iniciais da embarcação incluem operação manual e autónoma: controlo manual de aproximadamente um quilómetro e operação autónoma fora da faixa de comunicação. Actualmente, apenas 5% do fundo do oceano está mapeado, e a um grau considerado utilizável para exploração.

Isto porque os processos de navios multimilionários com altas despesas em alimentos, combustível, trabalhadores, seguros e reparações limitam a exploração, explica Alec Rappleyea. Pelo que é necessário, na sua opinião, embarcações que mapeiem simultaneamente ao mesmo custo de um navio apenas. Prevê-se que a embarcação esteja operacional até final de Março.



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