“Este é um ano de viragem no bodyboard”, algo que “nos faltava há algum tempo”. Foi assim que João Aranha, presidente da Federação Portuguesa de Surf (FPS), começou por descrever a modalidade em Portugal, na apresentação dos circuitos nacionais de Bodyboard 2019, que decorreu na última Sexta-feira, na sede da federação.
Na esperança de fazer “mais e melhor”, não só para desenvolver a modalidade no país como para colaborar no crescimento dos jovens desportistas, a FPS e a BBoard TV estabeleceram uma parceria que incidirá sobretudo “numa aposta forte na comunicação dos circuitos nacionais, que se pretende alinhada, transversal e em sintonia com os diversos organizadores das provas”, como afirma Nuno Sousa Lopes, o “homem por trás” do projecto BboardTV e o produtor dos circuitos nacionais para os próximos dois anos.
Apesar de ser “um monstro adormecido”, como o classificou Nuno Sousa Lopes, o bodyboard, é uma modalidade que continua a “ser portuguesa”, por toda a história que acarreta no país, pelo que, apesar da BBoard TV ser um “projecto muito jovem e com um longo caminho a percorrer”, o “grande objectivo para 2019 é apresentar trabalho sério que permita a divulgação e aumento da visibilidade do bodyboard e assim ir ao encontro das pretensões de todos os envolvidos, nomeadamente, atletas, associações e autarquias”, conclui o produtor, cuja entrada na modalidade se deu especialmente por ter um filho (Rodrigo Lopes, ex-campeão europeu de juniores) praticante.
O bodyboard para os praticantes
Também a mais nova vice-campeã nacional, Mariana Rosa, deu o seu contributo: “este projecto é importante porque nós temos bons atletas em Portugal e com esta parceria conseguimos divulgar os nossos resultados para perceberam quão bons somos e o valor que temos”, classificando esta iniciativa como a base da “motivação” para arranjar apoios.
“Temos um país pequeno, mas somos gigantes no bodyboard”, revela Hugo Pinheiro, campeão nacional de bodyboard, ao Jornal da Economia do Mar, explicando que “atletas do mundo são surpreendidos com a quantidade de atletas que temos na água e com a qualidade das prestações também”. Apesar de o circuito ter estado “um pouco adormecido”, Hugo vê estes acontecimentos como “sinais de esperança” e “situações de hipótese para as novas gerações”.
Grande aspiração? “O que mais ambiciono é quando um dia for velhinho sentir que fiz parte do percurso desta modalidade e como atleta dei sempre o meu melhor”, confessa concluindo que este será, pois, um ano forte, e que o fará “etapa-a-etapa”. Deixando igualmente um convite aos atletas que não competem regularmente, com um “alinhamento com spots de grande qualidade, para que venham “atraídos pelo potencial destas provas e aparecessem nestas etapas. Para bem do espectáculo”.
Mas o que ainda falta à modalidade em Portugal?
Ainda assim, confirma-se a falta de apoios por parte do Governo à modalidade, mesmo tendo os desportos de mar números que falam por si, sendo os que mais vendem em Portugal e demonstrando esta federação resultados que poucas federações demonstram. “Estamos com uma dificuldade incrível de gestão da Federação porque queremos levar as selecções, inclusivamente as de surf, e é complicado fazer a gestão dos orçamentos e arranjar apoios para as selecções porque o governo usa muito o surf como bandeira, mas depois não acredita”, confessou João Aranha ao Jornal da Economia do Mar.
“Neste momento, em termos nacionais não falta muito”, explica o presidente da FPS orgulhoso do desenvolvimento da modalidade, apesar de tudo, pois este ano existem inclusivamente menos campeonatos do circuito mundial em Portugal. Falta agora uma prova de selecções para preparar uma equipa nacional, pois a Federação europeia voltou a sair do bodyboard nas selecções nacionais, onde elas ganhavam títulos e se preparavam.
Para a modalidade é um “pouco desanimador não poder competir com a selecção nacional, carregar a bandeira, por isso agora o esforço vai ser convencer a Federação europeia a arranjar uma prova europeia de selecções que seja forte e que voltemos a ter uma equipa nacional”, explica João Aranha, afirmando, no entanto, continuar a trabalhar com os desportistas.
Ainda assim, o “circuito nacional este ano está muito forte, está com 5 provas muito boas, tem 4 de formação competição, 4 de formação normal”, e “temos essa vantagem de ter o prize money igual que também transforma o circuito num circuito mais competitivo”, conclui.
O circuito nacional Open (que engloba competição masculina, feminina e Dropknee) começa em Peniche já em Março, palco de algumas das melhores ondas do país, com destaque para a rainha Supertubos, local de grandes competições internacionais de desportos de ondas, passando pela Costa da Caparica, um dos berços históricos da modalidade em Portugal, seguindo para as ondas de Santa Cruz, depois Carcavelos, praia emblemática, e concluindo nos excelentes beachbreaks de São Jacinto, pode ler-se no comunicado oficial.
Calendário Nacional Bodyboard 2019
1ª etapa
23 e 24 de Março, Peniche, BB Open
BB Fem e BB Dropknee
Organização: FPS / PPSC
2ª etapa
13 e 14 de Abril Costa da Caparica, BB Open BB
Fem e BB Dropknee
Organização: FPS / Câmara Municipal de Almada
3ª etapa
18 e 19 de Maio, Santa Cruz, BB Open e BB Fem
Organização: FPS / A.S.S.C
4ª etapa
25 Maio, Carcavelos, BB Fem
FPS / Aqua Carca
5ª etapa
01 e 02 de Junho, S. Jacinto
BB Open e BB Dropknee
Organização: FPS / ASA
Circuito Nacional Bodyboard Esperanças (Formação)
1ª etapa, 04 de Maio, Vila do Conde, FPS / CFVC
2ª etapa, 08 de Junho, Peniche, FPS / PPSC
3ªetapa, 5 de Outubro, Póvoa de Varzim, FPS / CNPovoense
4ªetapa, 1 de Novembro, Carcavelos, FPS / Aqua Carca
Circuito Nacional Bodyboard Esperanças (Competição)
1ª etapa, 11 e 12 de Maio, Nazaré, FPS / CDAN
2ª etapa, 9 e 10 de Junho, Ericeira, FPS / ESC
3ª etapa, 19 e 20 de Outubro, Póvoa de Varzim, FPS / CNPovoense
4ª etapa, 2 e 3 de Novembro, Carcavelos, FPS / Aqua Carca
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