Esta foi a conclusão de um inquérito de uma empresa de consultoria a uma centena de altos quadros portuários do Reino Unido sobre o grau de preparação dos portos do país no caso de um Brexit desregulado
Porto de Chabahar

Um inquérito recente da empresa de consultoria Odgers Berndtson agora divulgado em vários meios de comunicação internacionais concluiu que a maioria dos portos britânicos não está preparada para o Brexit num cenário sem acordo. Conduzido junto de 100 administradores e directores de quase todos os portos do Reino Unido, o inquérito revelou que 80% admitiram pouco ou nenhum planeamento para o Brexit feito nas respectivas instalações.

Segundo o inquérito,16% admitiram ter feito preparativos significativos ou práticos, 25% admitiram que os seus portos estão bem preparados para o Brexit, cerca de um terço admitiu que pode enfrentar a situação e 40% desconhece ou duvida da capacidade dos portos para lidarem com a situação. “Esta é a primeira indicação real do que se passa nos portos além de Dover”, referiu Paul Butterworth, da Odgers Berndtson, a vários meios de comunicação em que é citado.

Os obstáculos físicos e a complexidade adicional resultante do Brexit são as principais preocupações dos responsáveis portuários, cerca de metade dos quais (entre 43,5% e 52%) consideram estes os seus principais motivos de pressão. Quase 80% atribuem à infra-estrutura física prioridade em futuros investimentos, 26% considerou a tecnologia como primeira prioridade e 47% colocou-a como segunda prioridade para investimentos.

O inquérito revelou ainda que a grande maioria (83%) dos quadros superiores portuários acredita que os seus portos têm as pessoas certas para os gerir a curto prazo. Todavia, um número semelhante considerou que investir em equipas experientes também é prioritário, embora com menos urgência do que investir em infra-estruturas e tecnologias.

Numa reacção a estes resultados, a Associação Britânica de Portos (BPA, no acrónimo em inglês) considerou-os sem surpresa, porque face à indefinição reinante sobre o Brexit, os responsáveis portuários não podem preparar-se devidamente desconhecendo que futuro os espera. E o Brexit está a pouco mais de dois meses de distância. Pelo que a BPA apela ao Governo para que clarifique a situação o mais depressa possível.

 



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