Espera-se que a capacidade instalada chegue a 43 GW, em 2027, segundo a consultora Wood MacKenzie, que regista, no entanto, falta de investimento no Japão, na Coreia do Sul e na Ásia Ocidental.
IRENA

A capacidade de produção de energia eólica offshore da região Ásia-Pacifico aumentará 20 vezes para uma capacidade instalada de 43 GW em 2027, segundo estima a consultora Wood Mackenzie, num conclusão citada pela Maritime Executive.

Na liderança estará a China, que registará um aumento muito elevado, de 2GW em 2017 para 31GW na próxima década, seguida de Taiwan, que deterá 20% ou 8,7GW de capacidade na região. Actualmente, Taiwan, que se tornará o maior mercado de energia eólica offshore da Ásia-Pacifico, com exclusão da China, depende do carvão, do gás e da energia nuclear (no caso desta última, o Governo comprometeu-se a encerrar as centrais até 2025) e vai necessitar de preencher uma lacuna energética de cerca de 5GW, que será satisfeita com projectos de energia eólica.

Este furor explica-se pela queda de preços registados na Ásia-Pacífico, que levou a grandes investimentos no sector, com auxílio estatal, na maioria dos casos. No entanto, nem todos os países terão verba para alcançar tais infra-estruturas. É o caso do Japão e da Coreia do Sul que, juntamente com a Ásia Ocidental, carecem de cerca de 32 mil milhões de euros para corresponder ao crescimento da capacidade eólica offshore nos próximos cinco anos.

Os principais desafios deste crescimento consistirão na maturidade tecnológica e na limitada cadeia de fornecimento regional de energia eólica offshore. Em concreto, há empresas como a Shanghai Electric, que continuam a depender de licenças de tecnologia da Siemens-Gamesa Renewable Energy, fabricante de equipamento original para turbinas, e os fornecedores de turbinas regionais ainda não oferecem as preferidas turbinas eólicas offshore de classe de 8MW.

Note-se, no entanto, que a Coreia do Sul e o Japão estão a investir em novos e maiores equipamentos offshore, semelhantes às turbinas ocidentais, mas precisarão de tempo de pesquisa e desenvolvimento. E para apoiar o ambicioso crescimento da capacidade eólica offshore, é preciso desenvolver uma cadeia de fornecimento. Toda uma infra-estrutura marítima, uma frota de embarcação local para instalação e manutenção de parques eólicos offshore, bem como actualizações para os sistemas de transmissão, ainda demorarão o seu tempo até estarem implementadas.



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