Sem surpresa, a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes concluiu que o transporte marítimo foi o meio mais usado no comércio internacional de Portugal. E que o modo rodoviário prevaleceu no tráfego nacional de mercadorias
Porto seco no Egipto

Portugal movimentou 261,4 milhões de toneladas (peso líquido) de mercadoria em 2017 pelos diversos modos de transporte (marítimo, aéreo e ferroviário), mais 4,3% do que no ano anterior, dos quais 59,9% no âmbito do tráfego nacional e 40,1% no quadro do tráfego internacional, refere o relatório «Tráfego Marítimo de Mercadorias no Contexto da Intermodalidade», realizado pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).

No tráfego nacional, prevaleceu o modo rodoviário (85,3%), que cresceu 8,7% face a 2016, e o transporte marítimo representou 8,1%, menos 14,4% do que no ano anterior. Já no tráfego internacional, o transporte marítimo prevaleceu, representando 76,1%, (+4,4% do que em 2016), e o rodoviário diminuiu 5,2%, caindo para uma quota de 23,4%.

A informação da AMT refere ainda que no ano em análise, “os portos comerciais do continente movimentaram 89,2 milhões de toneladas de mercadorias”, o valor “mais elevado de sempre” e 1,3% acima do ano anterior. O transporte marítimo nestes portos foi assegurado “por operadores de cerca de 55 nacionalidades distintas”, com destaque para a Suíça no tráfego internacional (24,4%, equivalente a 16 milhões de toneladas), no entanto, este é um dado que não contabiliza “os portos de Lisboa e de Setúbal, por não disponibilizarem esta informação”, refere a AMT.

Diz igualmente a AMT que no tráfego nacional, Portugal mantinha “a 1ª posição como país de registo preferencial dos operadores deste tráfego, com 69,7% (+3,4% face a 2016), seguindo-se a Holanda, em 2º lugar (com 7,5%), a Alemanha, em 3º (com 5,6%), e a Suíça, com 5,2%, em 4º lugar”.

No tráfego internacional, “o Panamá é o país de registo de navios com maior movimentação”, responsável pelo movimento de 12 milhões de toneladas, correspondente a uma quota de 15%, “seguindo-se a Libéria e Malta, com 13,8% e 11,4%, respectivamente”, refere a AMT, acrescentando que “neste capítulo Portugal regista também um comportamento notável, pois cresce +58,5% para uma quota de 5,1%, a par da Grécia”.

Em movimento de contentores, um dado sempre importante no contexto marítimo-portuário, a AMT refere que em 2017 atingiu-se um volume de “2,9 milhões de TEU, +9,3% ao registado em 2016, no seguimento de uma tendência de evolução que tem subjacente uma taxa média anual de crescimento de +6,9% nos últimos 5 anos”.

Diz-se também que em 2017 o movimento de navios registou um total de 10 651 escalas e uma arqueação bruta (GT) de 206 milhões, traduzindo, face a 2016, respectivamente uma redução de -1,2% e um acréscimo de +0,7%”.

 



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