Numa intervenção sobre política comercial, um responsável pelo American Petroleum Institute apelou à Administração Trump para que recuasse na aplicação de taxas suplementares sobre as exportações chinesas para os Estados Unidos
Joe Balash

O Instituto Americano do Petróleo (American Petroleum Institute, ou API), que admite ser o único representante de toda a fileira industrial do petróleo e gás dos Estados Unidos, apelou à Administração Trump para que recuasse na imposição de taxas aduaneiras suplementares sobre importações provenientes da China.

Numa intervenção na agência responsável pelo aconselhamento ao Presidente dos Estados Unidos sobre política comercial, Stephen Comstock, Director de Política Fiscal da agência, referiu que a medida tomada por Trump contra as importações chinesas vai afectar as exportações norte-americanas de gás natural liquefeito e o domínio internacional do país em questões energéticas, os consumidores e os empregos norte-americanos na indústria do petróleo e gás.

Para este efeito contribui o facto de actualmente a China ser o maior importador de gás natural liquefeito (GNL) dos Estados Unidos, que têm aumentado a exportação deste produto para a China, respondendo às necessidades de procura de gás natural de Pequim. E o facto de os Estados Unidos serem um dos principais fornecedores mundiais de GNL, concorrendo com outros importantes fornecedores, como a Austrália, o Qatar, a Rússia e a malásia, que os podem substituir no abastecimento de GNL à China.

O problema da política de Trump nesta matéria está nas medidas retaliatórias da China sobre as suas importações provenientes dos Estados Unidos. Até agora Pequim anunciou taxas suplementares sobre bens norte-americanos estimados em mais de 50 mil milhões de euros (60 mil milhões de dólares), desde o GNL a aviões, e ameaçou agravar a medida se os Estados Unidos não recuarem.

Entretanto, o CEO da Maersk, Soren Skou, em entrevista à agência noticiosa Bloomberg, também admitiu que os Estados Unidos serão afectados por esta política comercial de Trump. E acrescentou que o país será mais atingido do que outros na sequência de uma desaceleração do ritmo de crescimento do comércio internacional. Paralelamente, admitiu que esta política gera incerteza no transporte marítimo internacional, o que também não é positivo para a economia global.

 



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