Ontem, no contexto da celebração do Dia Mundial do Ambiente, o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) divulgou um relatório sobre a utilização do plástico, no qual revelou que em 2050, 99% das aves marinhas terão ingerido plástico. Revelou também que o lixo marinho afecta 600 espécies marinhas e que 15% das espécies afectadas pela ingestão de ou aprisionamento em lixo marinho estão em risco.
De acordo com o documento, só na região de Ásia-Pacífico, o lixo de plásticos custa anualmente cerca de 1,1 mil milhões de euros às respectivas indústrias de turismo, pesca e transporte marítimo. Na Europa, a limpeza de resíduos plásticos das zonas costeiras e praias custa 630 milhões de euros por ano. Além disso, o documento refere que segundo vários estudos, o prejuízo económico causado ao ecossistema marinho mundial pelo plástico ascende a 11,1 mil milhões de euros anuais.
Outra estimativa revelada pelo relatório do PNUA é a de que anualmente são consumidos entre 1 e 5 triliões de sacos de plástico em todo o mundo, sendo que 5 triliões, o equivalente a duas vezes a área da França, significam 10 milhões de sacos de plástico por minuto. Talvez por isso, mais de 60 países (segundo o documento) tenham instituído restrições e multas ao uso de plásticos.
O relatório admite que “ainda é cedo para estabelecer conclusões sólidas sobre o impacto que as restrições e as multas exerceram no ambiente”, até porque em 50% dos casos falta informação, ou porque alguns países só recentemente adoptaram tais medidas, ou por monitorização inadequada dos resultados. Mas em 30% dos casos em que existem dados, foram registadas quedas drásticas no consumo de sacos de plástico no final do primeiro ano de aplicação das medidas.
- Ainda o dilema da Mineração em Mar Profundo
- Para salvar os oceanos e os cetáceos temos de actuar já
- Para Celebrar o Dia da Terra _ e do Mar também…
- Bandeira Azul não se aplica apenas às praias mas também a Marinas e Marítimo-Turística
- Os quatro anos da Fundação Oceano Azul e a importância das AMP
- 14 Municípios já aceitaram competências para gerir praias
- Nem só de plásticos morrem os animais marinhos
- Foram resgatadas três baterias poluentes perto da Ilha de Culatra