Se o tempo e o estado do mar se mantiverem favoráveis, a operação estará terminada no final da primeira semana de Junho. Entretanto, um relatório da proprietária do navio, a Atlanticoline, ilibou a tripulação do acidente, que foi atribuído a "um infortúnio do mar"

Já está na ilha do Pico, nos Açores, a plataforma de apoio ao desmantelamento do ferry da Atlanticoline Mestre Simão, que encalhou ao largo da Vila da Madalena no dia 6 de Janeiro. A plataforma veio dos Estados Unidos e deverá acompanhar as operações durante as próximas três semanas, tempo previsto para a sua conclusão, se o bom tempo mantiver, “especialmente o estado do mar”, admitiu à RTP o capitão do porto da Horta.

Entretanto, um relatório interno da Atlanticoline apresentado em conferência de imprensa na passada Quinta-feira iliba o mestre da embarcação e restantes tripulantes de responsabilidade no acidente, que ocorreu quando o navio fazia o trajecto entre as ilhas do Faial e do Pico, e que terá ficado a dever-se a “um infortúnio do mar”, conforme referido pelos autores do documento.

Conforme referiu a Autoridade Marítima Nacional na ocasião do acidente, “os 61 passageiros, bem como os nove elementos da guarnição do Mestre Simão, foram transferidos para uma embarcação marítimo-turística local, através das lanchas da Autoridade Marítima e, posteriormente, foram transportadas para o porto da Madalena a salvo e em segurança, onde chegaram cerca das 10h15 locais, sendo acompanhas durante o trajecto por uma lancha da Polícia Marítima”.

Uma operação que valeu diversos elogios à tripulação. Agora, segundo o relatório interno divulgado, o navio foi empurrado por uma vaga sucessiva de ondas quando se aproximava da entrada do porto da Madalena, o que o levou na direcção das rochas e impediu de guinar a bombordo e assim poder manobrar em segurança.

Segundo o presidente do Conselho de Administração da Atlanticoline, citado pelo Diário de Notícias e Lusa, o mestre do navio tentou colocar a máquina à ré, visando impedir o encalhe, mas ela não terá correspondido, “por uma questão de segurança”, dado que a embarcação estava em andamento (a uma velocidade de 15 nós) quando encalhou.

Os mesmos meios referem ainda que a empresa já contratou com a Astilleros Armon, construtora do Mestre Simão, a construção de um navio substituto, com capacidade para 333 passageiros e 15 viaturas (mais sete do que o anterior), pelo valor de cerca de 10,2 milhões de euros.



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