O CIIMAR coordena um estudo sobre o efeito das toxinas marinhas geralmente associadas a climas tropicais, mas que estão a surgir no Atlântico Norte e no Mediterrâneo. Financiado pelo Horizonte 2020, com a duração de quatro anos, o estudo envolve parceiros europeus e africanos
CIIMAR

No passado dia 16 de Abril, em Cabo Verde, arrancou o projecto EMERTOX, que consiste no estudo da emergência de toxinas marinhas do Atlântico Norte e no Mediterrâneo e que geram as conhecidas marés vermelhas. No projecto participam 14 entidades (empresas e centros de investigação) europeias (Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Itália, República Checa) e africanas (Cabo Verde, Marrocos e Tunísia).

A coordenação do projecto está a cargo do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR), que é um dos parceiros e um dos dois representantes de Portugal no consórcio, juntamente com a Estação Litoral da Aguda (Águas de Gaia EM, SA). O financiamento, no valor total de 702 mil euros, é integralmente assumido pelo programa Horizonte 2020, e a duração é de 48 meses.

Além das toxinas já monitorizadas no nosso país pelo Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), “este projecto visa estudar também as toxinas emergentes que têm vindo a ser detectadas” e divulgadas pela equipa Vitor Vasconcelos, Professor Catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), presidente da direcção do CIIMAR e coordenador desta iniciativa, refere o CIIMAR.

As toxinas emergentes em estudo, como a tetrodotoxina, a palitoxina e a ciguatoxina, estão geralmente “associadas a países tropicais, no entanto a sua ocorrência em águas mais frias do Atlântico tem sido crescente”, afirma Vítor Vasconcelos. Como esclarece o CIIMAR, trata-se de “estudar as conhecidas marés vermelhas, explosões populacionais de micro-organismos marinhos (dinoflagelados, diatomáceas, bactérias), produtores de toxinas que se podem acumular em bivalves, mas também em outros invertebrados e em peixes”.

Segundo Vitor Vasconcelos, “os dados recolhidos pelos membros deste projecto serão um importante instrumento de decisão para a EFSA (Agência Europeia de Segurança Alimentar) relativamente à necessidade de legislar e monitorizar algumas destas toxinas no futuro em águas europeias”. Depois do arranque do projecto, em 16 e 17 de Abril, decorreu um workshop (18 de Abril) e uma conferência sobre toxinas marinhas (19 de Abril).



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