O carapau também é peixe e é um peixe rico em valor nutricional. Este foi o mote do Workshop que a Docapesca, em conjunto com a Ciência Viva, organizou no Peixe em Lisboa. Com convidados especiais, como Fernando Pimenta, canoísta português, que refere que “se os jovens quiserem ser campeões, isso também passa por uma alimentação saudável, da nossa costa”. Ou a bodyboarder Teresa Almeida, que sempre foi habituada a comer peixe, que refere que o carapau é um dos peixes que integra o seu cardápio regularmente. Também o surfista das grandes ondas, Hugo Vau, que apesar de, como refere, “quanto mais conheço os peixes, mais me custa comê-los, pois percebo que têm vivências e emoções”, admite que é uma alimentação com a qual o seu corpo se sente melhor. E Joana Prata, velejadora olímpica, explica que desde pequena come peixe e que o seu corpo recebe melhor o peixe do que a carne.
E para não estarmos sempre a comer sardinha, que está insustentável, ou bacalhau, que vem de longe, ou mesmo a perca do Nilo, que tem um impacto muito negativo, a Docapesca deu um workshop para ensinar a fazer carapau de uma maneira simples, do mesmo modo que cozinhamos tantos outros peixes, e achamos que não é possível com o carapau, pois é conhecido apenas grelhado. O carapau, um peixe cujo stock está ainda controlado, é assim recomendado para integrar a alimentação diária em vez de ir para as fábricas de farinha, pois é um peixe muito rico em ómega 3, até mais do que o bacalhau, por exemplo, esclarece Zita Costa, professora Universitária. Explicando que há quatro espécies de carapau – os pequenos, os jaquinzinhos, que não se devem comer, o carapau e o chicharro grande que são mais indicados.
Por fim, os desportistas explicaram ainda que a par com o cuidado na escolha das espécies devem estar os cuidados ligados aos cigarros, tantas vezes atirados para o chão, aos cotonetes, tantas vezes jogados na sanita, ou mesmo às microfibras da máquina de lavar a roupa. Tudo isso acaba na barriga dos peixes, logo na nossa também, tornando-se insustentável. “Se os oceanos morrerem nós também morremos, e depois não há volta a dar – quando uma espécie se extingue, é para sempre” conclui Hugo Vau.
Assim aqui fica a receita que ensinou a Chefe Patrícia Borges aos desportistas: Risoto de Carapau.
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