O grupo de indústria marítima Wilhelmsen antecipa considerações sobre os novos sistemas de depuradores de gases poluentes, que acredita serem o futuro.
Alphaliner

As proporções que o mundo e o mercado do transporte marítimo, nomeadamente no que respeita ao custo do combustível e à questão do ambiente, estão a tomar, pode, segundo a Wilhelmsen, fazer com que muitos armadores decidam optar pelo recurso a depuradores, ou scrubbers, que consistem em equipamentos para limpar os navios de gases de escape (exhaust gas cleaning systems, ou EGCS).

Assim o grupo de indústria marítima deixa alguns passos para estudar esta opção. Assim, explica a empresa, que primeiramente há que questionar se a estrutura do navio permite a instalação de equipamentos de depuração e se face à idade e dimensão do navio tal fará sentido, pois há menos tempo de retorno para o investimento.

Num âmbito mais técnico, o tipo de depuradores a usar é importante – os depuradores de circuito aberto podem ser mais adequados para navios que realizem longas viagens, enquanto que os depuradores de circuito fechado são de baixa flexibilidade. O tipo híbrido parece ser mais comum na liderança com a maioria das situações. Importa ter atenção aos materiais, pois enfrentam produtos muito corrosivos a altas temperaturas. As cargas eléctricas precisam de energia eléctrica adicional para processar bombas da água do mar, e algumas unidades de depuração de gases podem produzir contrapressão, e esta aumentada pode necessitar de mais potência do motor para superá-lo. No entanto, é uma questão de se elaborar um design cuidadoso da unidade de depuração.

Questões mais práticas: deve verificar-se igualmente quem fará estas instalações, dado que não são instalações simples, até actualmente porque os estaleiros não possuem experiência de adaptação do sistema, e o tempo necessário pode ser elevado – 4 a 6 semanas no estaleiro é o que demorará, excluindo as etapas de planeamento e engenharia de pró-planeamento. Depois do sistema instalado importa não descurar a segurança e treino da tripulação – o grupo deve ser treinado para trabalhar com o sistema e os produtos químicos perigosos usados ​​no processo. Neste sentido, serão preparados um conjunto de manuais.

“Recomendo aos armadores que comecem a planear a sua estratégia para cumprir o regulamento SOx 2020 o mais rápido possível. Se a adaptação de um EGCS for seleccionada, o processo deve começar o mais rápido possível para que o navio esteja pronto até 1 de Janeiro de 2020 e o proprietário/fretador possa obter um retorno rápido para o projecto. A capacidade dos estaleiros também está disponível neste momento, mas provavelmente aumentará após 2020, à medida que mais navios optarem por adaptar estes sistemas”, explicou o chefe do New Building and Technical Services da WSM.



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