A Maritime UK, que representa a indústria marítima britânica, espera que o primeiro acordo alcançado entre o Reino Unido e a União Europeia sobre o Brexit seja o primeiro passo para uma relação futura que beneficie ambas as partes
British Ports Association

A Maritime UK, a associação representativa da indústria marítima britânica, continua atenta ao fenómeno do Brexit e já comentou a mais recente evolução do processo. A propósito do recente entendimento entre o Reino Unido e a União Europeia (UE), a associação manifestou a esperança de que tenha sido uma base para a continuação do diálogo relativo às questões comerciais entre ambas as partes.

A Maritime UK saudou o acordo, que permite passar a uma nova fase das negociações e, pela voz do seu Chairman, David Dingle, manifestou o desejo de uma relação comercial sem atritos, que será do interesse de ambas as partes, sob pena de disrupções e atrasos nos portos de “Dover, Holyhead e Portsmouth, mas também nos portos da UE, como Zeebrugge, Calais e Dublin”.

A associação continua a defender um mercado único e uma união aduaneira durante o período de transição como a forma mais simples de garantir a continuidade, a estabilidade e a certeza na indústria. Defende também que a transitoriedade deve durar até um novo acordo estar em vigor e servir de veículo para o novo acordo e que o Reino Unido deve exercer alguma influência sobre as regras geradas neste período.

Face aos receios já varias vezes manifestados de que o Brexit possa provocar congestionamentos nos portos e aumento de custos para intermediários, produtores e consumidores, a associação veio dizer agora que o entendimento alcançado há dias significa que o Reino Unido caminha na direcção de um acordo que pode limitar tais impactos, embora não os afaste por completo.

Recorde-se que o acordo estabelecido neste fim-de-semana, e que conclui a primeira fase das negociações sobre o Brexit, prevê o montante a pagar pelos britânicos pela saída da EU (40 a 45 mil milhões de euros), protege os direitos dos cidadãos da UE em território britânico e vice-versa e assegura uma fronteira aberta entre a República da Irlanda (membro da UE) e a Irlanda do Norte, sem polícia ou fiscalização aduaneira na linha que separa os dois territórios. Um acordo que deverá ser confirmado na reunião do Conselho Europeu prevista para os dias 14 e 15 deste mês, ou seja, nesta semana.



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