Vários responsáveis do transporte marítimo, incluindo do grupo Maersk, defendem que o sector deve assumir a sua parte de responsabilidades na redução das emissões de CO2 e que a COP23 é uma oportunidade para progredir nessa matéria
Maersk

O Grupo Moeller-Maersk defende que as emissões de carbono devem ser controladas e que a indústria do transporte marítimo deve assumir a responsabilidade de enfrentar as alterações climáticas ajustando as suas emissões às medidas globais previstas para o sector, refere o World Maritime News.

“Aumentar a ambição da regulamentação global continua a ser crucial para garantir a contribuição do transporte marítimo, de forma a alcançar o objectivo do Acordo de Paris, e ficar abaixo do aumento de temperatura de 2°C”, disse John Kornerup Bang, Conselheiro Principal em Mudanças Climáticas da Maersk.

O mesmo responsável considerou que a 23ª Conferência das Nações Unidas (COP23) sobre Alterações Climáticas, que decorre em Bona, na Alemanha, até 17 de Novembro, é uma oportunidade para negociar e elevar os parâmetros do compromisso do transporte para 2018 e depois disso. Também com base nas projecções da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês), a indústria pode melhorar a eficiência até 75% através de medidas operacionais e da tecnologia actual.

Já para Uwe Lauber, CEO da MAN Diesel & Turbo, “as esperanças e exigências da indústria do transporte marítimo para um mandato reforçado da IMO não foram cumpridas em Paris; e Bona oferece-nos uma nova oportunidade para acelerar o que a MAN Diesel & Turbo chama de Transição de Energia Marítima, a mudança para uma tecnologia mais limpa na nossa indústria; em última análise, padrões ambientais uniformes devem ser estabelecidos a nível internacional – uma IMO forte, como reguladora internacional é, portanto, essencial “.  A possibilidade de redução das emissões de carbono por parte dos navios carece de uma ambição por parte dos mesmos e mais elevada do que a descrita no roteiro para 2017-2023.

“Como empresa, estamos a chegar a um ponto de situação em que será cada vez mais desafiador impulsionar reduções significativas por nossa conta”, refere John Kornerup Bang, que ambiciona condições equitativas neste sentido, sob pena de não se verificarem melhorias no impacto ambiental.

Recorde-se que a indústria do transporte marítimo emitiu, em 2012, cerca de mil milhões de toneladas de CO2, o que se traduz em 2,2% das emissões globais de CO2. Dependentes do desenvolvimento futuro, se nada fizermos, esse valor pode aumentar para 15% até 2050, de acordo com um estudo de 2016 da Danish Shipowner’s Association (DSA) e UCL Energy Institute.



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