A Fitch Ratings prevê que os navios tanque não recuperem tão cedo como esperado e que as respectivas tarifas de frete se mantenham baixas, embora não tão baixas como nos últimos dois anos
Susa

A tão esperada recuperação no mercado dos navios tanque, prevista para 2018, parece afinal mais distante do que se previa, devido ao persistente excesso de tonelagem em actividade, refere o World Maritime News, com base em dados da agência de classificação de riscos de crédito Fitch Ratings.

Segundo a agência, uma vaga de novas encomendas e a limitação dos desmantelamentos de navios mais antigos significa que o mercado dos navios tanque continuará excedentário a curto prazo, daí resultando tarifas de frete baixas e uma pressão sobre as receitas das empresas de transporte em 2018.

O jornal refere que a Fitch Ratings espera que a capacidade instalada de navios tanque atinja um aumento de 5% a 6% no final de 2017 face a ano anterior. E em 2018, tal capacidade deverá crescer outros 4%, reflectindo as encomendas feitas em 2015, ”quando as tarifas dos navios tanque estavam elevadas e existiam muitas encomendas provenientes da Grécia e da China”, refere a agência.

A agência adianta também que nos primeiros sete meses de 2017 foram desmantelados apenas cinco grandes super-petroleiros (very large crude carriers, ou VLCC), navios com um porte bruto ou capacidade de carga (deadweight tonnage, ou DWT) variável entre as 200 e as 300 mil toneladas), enquanto no mesmo período foram entregues 36 novos VLCC.

A Fitch Ratings, porém, admite um aumento do consumo petrolífero e das exportações dos Estados Unidos, potencialmente indutores de uma procura de navios tanque em 2018, que poderá crescer 4% e assim compensar o crescimento da oferta desses navios. Este panorama pode travar a deterioração deste mercado, mas dificilmente provocará um aumento significativo das tarifas, o que só seria possível com um incremento do desmantelamento de navios.

Nesse contexto, a agência prevê que as tarifas se mantenham em níveis baixos ao longo do próximo ano, embora não tão baixos como sucedeu nos últimos dois anos, recordando que nos primeiros 10 meses deste ano as tarifas dos navios Suezmax (entre 100 mil e 200 mil DWT) caíram 39%, enquanto no mesmo período de 2016 desceram 52%.



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