As sanções impostas à Rússia devido ao seu envolvimento no conflito secessionista da Ucrânia estão a prejudicar o programa de construção de novos quebra-gelos que o país tem vindo a desenvolver, referia recentemente a Fundação Bellona, uma instituição não lucrativa que trabalha em prol de soluções ambientalmente sustentáveis.
A mais recente dificuldade resultante deste contexto é o provável atraso na construção do Arktika, o primeiro de uma série de novos poderosos quebra-gelos russos destinados a apoiar projectos de exploração petrolífera e de gás natural no Árctico. Originalmente, o navio devia estar pronto este ano, mas atrasos motivados pelas sanções alteraram a data da entrega para 2019. E mesmo esse prazo corre o risco de não ser cumprido.
O atraso foi admitido por um Director da Rosatom, a empresa pública russa responsável pelo programa nuclear do país, durante uma audiência num comité parlamentar sobre energia, na qual este alto quadro da Rosatom considerou que a sua empresa estava com dificuldades em fabricar uma turbina que fará a ligação dos reactores do Arktika ao seu sistema propulsor.
O episódio merece destaque porque surgiu relatado no jornal Parlamentskaya Gazeta, e foi a primeira vez que um alto responsável russo admitiu que o conflito na Ucrânia está a retardar a produção dos novos quebra-gelos. E no caso da turbina mencionado pelo Director da Rosatom, o problema tem uma explicação simples: nenhuma das empresas ocidentais às quais a Rosatom se dirigiu para negociar componentes está autorizada a fazer negócios com a Rússia.
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