O número de casos de pirataria marítima entre Janeiro e Setembro (inclusive) diminuiu face ao período homólogo do ano anterior, segundo um relatório da IMB, mas determinadas zonas permanecem inseguras, como o Golfo da Guiné
International Maritime Bureau

Nos primeiros nove meses deste ano, ocorreram 121 incidentes de pirataria e assalto à mão armada contra navios, segundo o International Maritime Bureau (IMB) da International Chamber of Commerce (ICC). No total, 92 navios foram abordados, 13 foram alvo de tiros, 11 foram objecto de tentativas de ataque e cinco foram sequestrados.

De acordo com o relatório do IMB, os números da pirataria são menores do que no mesmo período de 2016, mas permanecem preocupações sobre ataque no Golfo da Guiné e Sudeste Asiático. Além disso, aumentaram os ataques ao largo da Venezuela e outro tipo de incidentes ao largo da Líbia (incluindo uma tentativa de abordagem no último trimestre).

No caso da Venezuela, cuja situação político-social permanece conturbada, ocorreram 11 incidentes ao longo deste período, contra três no mesmo período de 2016. Segundo o IMB, todos os navios envolvidos foram abordados com êxito por assaltantes armados e maioritariamente na ancoragem. Quatro tripulantes foram feitos reféns.

No último trimestre, segundo o IMB, não se registaram incidentes numa área tradicionalmente perigosa, como é a costa da Somália. Apesar disso, os incidentes verificados no primeiro semestre, e que oportunamente noticiámos, sugerem que os piratas da região mantêm capacidade para atacar navios mercantes longe das águas costeiras.

A Nigéria permanece uma zona perigosa e os números registados podem mesmo não corresponder à realidade por falta de relatos de ocorrências. Neste nove meses, foram relatados 20 incidentes na zona contra navios de todos os tipos, tendo sido usadas armas em 18 casos e raptados 39 de um total de 49 tripulantes em sete casos.



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