Num debate sobre o surf em Portugal, que ontem decorreu em Lisboa no âmbito do seminário dedicado ao «Mar em Português», promovido pela Cargo, Notícias do Mar e media 4U, João Moraes Rocha, o primeiro campeão nacional de surf resumiu o trajecto desse desporto em Portugal e o caminho árduo da modalidade no nosso país até atingir o impacto público que tem hoje.
Nesse percurso, que terá começado nos anos 60, com uma geração para quem o surf era uma prática de lazer por parte de uma elite, de algum modo irreverente, mais do que um desporto, o antigo campeão reconheceu o papel dos meios de comunicação e das autarquias nessa evolução, que acabou por se tornar uma mais-valia importante na economia de várias localidades do país. Com prejuízo da sua associação a uma imagem de irreverência.
No caso dos meios de comunicação, segundo o painel, foram responsáveis pela mediatização do surf a partir do final dos anos 80, alguns anos antes de as autarquias terem começado a conceder apoio institucional aos eventos, conscientes do seu potencial promocional para as suas localidades. Hoje, até com recurso a surfistas premiados e reconhecidos internacionalmente, o surf integra as estratégias de desenvolvimento de algumas autarquias.
Neste ponto, não deixam de ser importantes nomes como Tiago Pires ou Frederico Morais que, num plano internacional, projectam Portugal nesta área. Apoiando estes nomes, entre outros, o país só terá a ganhar, admitiu o painel. Até porque para as autarquias e até para empresas privadas, o surf pode ser uma maneira fácil e económica de fazer publicidade, dado que há poucos gastos nos eventos com ele relacionados.
Num painel que contou a presença do vice-presidente da Câmara Municipal de Espinho, Vicente Pinto, do jornalista Miguel Pedreira e do Director da Surf Portugal Media, além de João Moraes Rocha, foi debatida também a questão do surf como desporto, a sua escolha como modalidade olímpica, a falta de apoios contemplados no Portugal 2020 e a vantagem de investir na modalidade.
- Neptune Devotion investe 3 milhões em novo estaleiro no Porto de Aveiro
- Boatcenter: para uma mais democrática e intensiva fruição do mar
- Lindley: êxito na internacionalização não depende apenas de bons produtos
- Renato Conde e a ciência de um Português na Taça América
- O renascimento da construção marítimo-turística em Portugal
- Não basta esperar, é preciso também saber fazer regressar os turistas a Portugal
- Náutica de Recreio: do grande potencial económico às razões do paradoxal desastre actual
- Discoveries Race 2019