De Janeiro a Agosto, inclusive, os portos do Continente movimentaram mais de 65,7 milhões de toneladas de mercadoria, mais 7,1% do que no período homólogo do ano anterior
AMT

Nos primeiros oito meses deste ano, os portos comerciais do Continente movimentaram mais de 65,7 milhões de toneladas de mercadoria, mais 7,1% do que no mesmo período de 2016 e mais do que em qualquer período homólogo, refere a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT). Além disso, Agosto foi o mês com o maior volume de sempre de carga movimentada nos portos continentais.

Segundo a AMT, “o porto que mais contribuiu para a prossecução deste nível de desempenho foi Lisboa, com o registo de um acréscimo global de +27,8% correspondente a +1,8 milhões de toneladas”. Paralelamente, o porto de Lisboa também cresceu em quota de mercado face ao período homólogo de 2016 (2%, para 12,4%). A AMT destaca igualmente os contributos dos portos “de Aveiro e de Leixões, que observam variações de +22% (+636,8 mil toneladas) e de +8,4% (mais um milhão de toneladas)”.

Embora “determinante para o desempenho do sistema portuário do Continente”, ou não tivesse registado um movimento de carga superior a 34,7 milhões de toneladas (quota de 52,9%) o porto de Sines obteve um crescimento de 4,3%, inferior à média geral, e perdeu 1,4% de quota face ao período homólogo de 2016.

A AMT recorda que o comportamento destes dois portos – Lisboa, devido ao seu crescimento continuado, e Sines, pela diminuição registada – reflecte “alterações anormais de circunstâncias” verificadas em 2016. No caso de Lisboa, o efeito que então tiveram as greves dos trabalhadores portuários, e que hoje ajuda a perceber a subida verificada. No caso de Sines, o “acréscimo extraordinário de tráfego verificado em 2016, decorrente da operação de transbordo de Petróleo Bruto com destino a Leixões”.

Relativamente ao movimento específico de contentores, um importante indicador do tráfego portuário, os portos de Lisboa e Sines voltam a merecer destaque. Segundo a AMT, os resultados nesta matéria traduzem “fundamentalmente o processo de recuperação de tráfego no porto de Lisboa e a manutenção de um forte crescimento em Sines, impulsionado pelas operações de transhipment neste período”.

“Para este desempenho global, o porto de Lisboa apresenta a contribuição mais relevante ao movimentar um volume de TEU superior em +42,3% ao registado no período homólogo de 2016 que induz um aumento de +2,7 pontos percentuais na quota que representa, que passa para 16%”, refere a AMT.

“Em termos de variação percentual, o porto de Sines regista um acréscimo de +26,7%, que corresponde a +253 mil TEU do que no mesmo período de 2016, o que determina uma quota de 57,9% do total (+3,9 pontos percentuais)”, diz a AMT, acrescentando que “este crescimento está fortemente alavancado nas operações de transhipment, que regista uma variação homóloga de +30,9%, correspondente a um valor que representa 81,5% do movimento do porto e 47,2% do volume total de TEU movimentado no sistema portuário do Continente”.

A AMT nota ainda que “pela dimensão que detém, importa referir o porto de Leixões, que regista ainda a segunda maior quota do movimento de TEU, situada em 20,3% (inferior em -5,3 pontos percentuais do que no período homólogo de 2016), após uma quebra de -6,5%” e que “o porto de Setúbal continua sem atingir os valores observados nos períodos homólogos de 2016, tendo, no período em análise, recuado -4,1% no movimento de TEU e -1,2 pontos percentuais na respetiva quota”.

 



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