De acordo com um estudo da Comissão Europeia, a frota pesqueira da União Europeia registará uma margem líquida de lucro de 16,8%. No caso português, a frota pesqueira nacional deverá ter uma margem de lucro líquido de 23,6%, logo, acima da média europeia
Docapesca

Num relatório da Comissão Europeia (CE) recentemente divulgado, são apresentadas perspectivas para a frota pesqueira portuguesa relativamente a 2017. Entre outros dados, o relatório aponta um Valor Acrescentado Bruto de 251,2 milhões de euros, um Lucro Bruto de 116,5 milhões de euros, um Lucro Líquido de 81,4 milhões de euros e uma Margem Líquida de Lucro de 23,6%, acima da média das frotas europeias.

Para 2017, com uma subida dos custos de combustível em 16%, a frota europeia permanecerá lucrativa, refere a CE, projectando-se uma Margem Bruta de Lucro de 27% e uma Margem Líquida de Lucro de 16,8%.

O relatório, que cobre um período entre 2008 e 2016, fixa-se nos dados de 2015 para acentuar o desempenho económico positivo da frota da União Europeia (UE), que nesse ano registou lucros líquidos de 798 milhões de euros em 2015, prevendo melhorias relativamente aos resultados de 2016 e 2017.

Em 2015, o valor acrescentado bruto da frota, ou seja, o contributo do sector pesqueiro para a economia através de salários e lucros brutos, atingiu os 3,9 biliões de euros, mais 16% do que em 2013. Os salários médios no sector aumentaram e o consumo médio de combustível diminuiu.

O documento refere também que a eficiência no consumo de combustível aumentou, com custos de combustível equivalentes a 15% das receitas, quando em 2008 representavam 24%. Uma evolução atribuída ao facto de as frotas procurarem operar de forma mais eficiente. O relatório também revela que o desempenho da frota europeia estagna sempre que depende de stocks sobre-pescados ou sobre-explorados.

Relativamente a 2016, o documento conclui que a Margem de Lucro Líquida da frota pesqueira da UE foi de 17,7% e que os ganhos desse ano terão sido compensados por um aumento modesto dos desembarques (1%), neutralizado por baixos preços do pescado, de que resulta uma diminuição de 0,03% nas receitas.

Ali se refere também que em Portugal as receitas estimadas para 2015 seriam de 356,7 milhões de euros, menos 8,2 milhões de euros do que em 2014, devido à queda do preço médio do pescado, resultante de mais capturas em volume de pequenos pelágicos de menor valor.

Já para 2016 o relatório aponta para 354,1 milhões de euros de receitas em Portugal (-1% face a 2015) e para 2017 a projecção é de 344,3 milhões de euros (-3% face a 2016). Os custos referidos são de 280,2 milhões de euros em 2015, descendo para 266,4 milhões em 2016 (-5% do que em 2015) e para 262,9 milhões este ano (-1% do que em 2016).

 



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