As temperaturas negativas das águas profundas do Atlântico Norte reduzem o potencial dos micro-organismos para recuperar os oceanos após um derrame petrolífero, concluiu um estudo da Universidade de Aberdeen, citado pelo site informativo Green4Sea.
O estudo, intitulado «A Influência Variável dos Dispersantes na Degradação dos Hidrocarbonetos de Petróleo nos Sedimentos do Mar Profundo Sub-árctico a Baixas Temperaturas (0º-5º)», envolveu o teste de micro-organismos encontrados nos sedimentos do mar profundo a oeste das Ilhas Shetland, onde estão baseados diversos campos petrolíferos.
Ao analisar as amostras de micro-organismos marinhos daquela área, os investigadores verificaram que o seu efeito na degradação dos resíduos petrolíferos era consideravelmente mais lento a temperaturas de zero graus – semelhantes às do Árctico e do Atlântico Norte – do que o registado nas águas a cinco graus, como as do Golfo do México, onde ocorreu o desastre da plataforma Deepwater Horizon, em 2010.
Segundo uma co-autora do estudo, o esgotamento progressivo dos recursos petrolíferos forçou a indústria a explorar águas cada vez mais profundas e a diminuição progressiva da camada de gelo do Árctico tornou acessíveis reservas que até aqui o não estavam.
A mesma investigadora acrescenta que o facto de alguns hidrocarbonetos testados não revelarem níveis de degradação a zero graus sugere que o impacto da contaminação petrolífera a temperaturas próximas dos zero graus ou negativas poderá ter um efeito a longo prazo sobre o ambiente marinho.
O mesmo estudo também concluiu que a aplicação de dispersantes (substâncias que facilitam a dispersão de partículas em suspensão sobre líquidos), uma técnica comum na limpeza de águas afectadas por grandes derrames petrolíferos, tem efeitos variáveis e deve ser usada com precaução. Nas águas profundas e frias esta técnica é mesmo desaconselhada.
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