Secretário de Estado da Internacionalização defende Sines como ponto de encontro no projecto chinês, mas admite que essa aposta implica melhores ferrovias nacionais
Porto de Sines

O Secretário de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira, reconheceu esta semana que Portugal pretende ser “um ponto de encontro” na Nova Rota da Seda, refere a publicação Dinheiro Vivo.

De acordo com a publicação, que cita declarações do governante à Lusa, Portugal quer incluir “uma rota marítima até Sines e que a Rota da Seda terrestre ferroviária, que já vai de Chongqing até Madrid, vá um pouco mais longe e chegue a Sines”.

Segundo a publicação, Portugal quer incluir na Rota da Seda uma rota atlântica para tirar partido do alargamento do Canal do Panamá, o qual “permite que as rotas do Extremo Oriente cheguem ao Oceano Atlântico”.

Para Jorge Costa Oliveira, citado pela publicação, a rota atlântica tem um elevado potencial para os super-cargueiros pós-Panamax, com capacidade superior a 4.500 TEU, mas a integração de Sines nessa rota requer, do lado português, uma linha ferroviária melhor do que a actual e que “potencie o escoamento de mercadorias, na direcção do centro da Europa”.

Jorge Costa Oliveira falava num fórum internacional sobre a Nova Rota da Seda, em Pequim, no qual participaram diversos Chefes de Estado, incluindo da Rússia, Turquia, Cazaquistão, Bielorrússia, Filipinas, Argentina e Chile, refere a publicação.

Recorde-se que a Nova Rota da Seda foi anunciada em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, e pretende reconstituir a velha rota comercial entre a China e a Europa através da Ásia Central, da África e do sudeste Asiático. Abrange dezenas de países e uma vasta rede de linhas ferroviárias, portos e rodovias.

A publicação refere também que o Presidente chinês anunciou um contributo de 13 mil milhões de euros suplementares para o Fundo da Rota da Seda, e de 8.800 milhões de euros a países em desenvolvimento e organizações internacionais que estejam envolvidos na Nova Rota da Seda. A este contributo, dois Bancos chineses irão juntar empréstimos especiais até 50 mil milhões de euros no âmbito do mesmo projecto, refere a publicação.

 



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